Professores rejeitam os 8% de aumento

FLORIANÓPOLIS – O ano de 2012 poderá começar com greve no magistério estadual catarinense. Pelo menos é o que sinalizou ontem o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/SC), em Florianópolis, ao se manifestar sobre o reajuste de 8% oferecido pelo governo a todos os servidores.

Na avaliação do Sinte, ainda ficará faltando 16,68% de aumento no vencimento dos servidores da educação para se chegar ao piso nacional determinado pelo Ministério da Educação e pelo Supremo Tribunal Federal. Uma assembleia estadual, na primeira quinzena de dezembro, decidirá os rumos que a categoria irá tomar.

– Alguns cálculos estão sendo feitos e esse valor pode chegar a até 22% no início do ano. Esse anúncio do governo, em vez de melhorar o plano de carreira dos professores, piora. Agora, os professores só vão poder evoluir na carreira até nível de pós-graduação, mestrado e doutorado não vão mais valer – lamentou a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin.

O Sinte também se posicionou contra a municipalização no ensino fundamental, entendendo que não há estrutura para atender a essa demanda. Os sindicalistas estão buscando audiências públicas com os prefeitos para resolver a situação.

Outra queixa diz respeito ao calendário atual. Há descontentamento com o prolongamento do calendário até o dia 6 de janeiro, previsto pelo governo para repor as aulas em razão da greve deste ano, que durou 62 dias.

De acordo com o Sinte, havia acordo com o secretário da Educação que quem aderiu integralmente à greve poderia repor as aulas até 30 de dezembro.

No dia 28, o Sinte entregará uma contraproposta ao governo. Segundo o secretário de finanças do Sinte, Sandro Luiz Cifuentes, o sindicato quer uma resposta até o dia 2 de dezembro, principalmente no que trata da carreira dos servidores.

O projeto que prevê o aumento de 8% para todas as categorias do Estado, reajuste de 100% do vale-alimentação e data-base em janeiro deve ser encaminhado hoje pelo Executivo para a Assembleia Legislativa. Os delegados e agentes da Polícia Civil também já manifestaram que não aceitarão o reajuste proposto e já sinalizaram interromper as atividades também.

Abonos também estão em negociação

A proposta de incorporação dos abonos da Segurança Pública e da Justiça e Cidadania ainda está na redação final, por causa das negociações com a Polícia Civil, que ainda estão em andamento. 

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12382
Editoria: Economia
Página: 7
Jornalista: Giovana Pietrzacka (giovana@santa.com.br)

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