BRASÍLIA – Um mapeamento inédito divulgado ontem pelo governo federal aponta nove municípios catarinenses em área de risco: Brusque, Gaspar, Ilhota, Jaraguá do Sul, Luís Alves, Palhoça, São José, Timbó e Rio do Sul. Somadas, são 282 áreas em perigo. Um total de 11.436 residências, onde vivem 45.986 moradores.
No Brasil, 28 municípios das regiões Sul e Sudeste foram mapeados, onde 178 mil pessoas vivem em 43.625 moradias que podem sofrer desastres naturais. Os lugares listados no estudo estão suscetíveis a desabamentos e a enchentes. Os municípios foram eleitos como prioritários em ações de prevenção, devido à recorrência de desastres naturais nos últimos anos, como enxurradas e deslizamentos, principalmente no ano de 2008.
O objetivo do governo é que a identificação dos perigos possa auxiliar na hora de evitar tragédias. Isso porque, com as áreas mapeadas, é possível saber onde pode desmoronar em caso de chuva intensa e tirar os moradores de casa, por exemplo.
Ações de prevenção e de investimentos também foram apontadas para casos de desastres. Contenção de encostas, drenagem urbana e Planos Municipais de Redução de Risco estão entre os projetos, que focam principalmente as chuvas intensas que caem durante o verão.
O levantamento foi feito pelo Serviço Geológico do Brasil, a pedido do Ministério da Integração Nacional. Até 2014, a meta do governo federal é identificar as áreas de risco em 251 cidades.
O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, afirma ser necessário criar uma cultura de prevenção a desastres.
– Cada R$ 1 investido em prevenção equivale a R$ 7 que seriam gastos em resgate – observa.
Um sistema foi montado na cidade de Cachoeira Paulista (SP) para receber informações meteorológicas e acionar a Defesa Civil no caso de previsão de possíveis catástrofes. Foi desenhada também uma estratégia para atender aos 56 municípios nas regiões Sul e Sudeste apontados como possíveis áreas de desastres. Estas cidades foram selecionadas para receber atenção especial com base em recorrência de deslizamentos e enxurradas e pelo número de óbitos.
MP vai destinar R$ 48 milhões às Forças Armadas
O ministro da Integração afirmou ainda que nos próximos dias deverá ser assinada pela presidente Dilma Rousseff uma Medida Provisória destinando R$ 48 milhões às Forças Armadas para a aquisição de equipamentos para auxiliar a Defesa Civil na resposta a catástrofes. Humberto Viana, porém, ressalta que a reconstrução é um processo lento.
– Não podemos criar a ficção de que um cenário destruído por catástrofe vai ser reconstruído em um ano.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12402
Editoria: Geral
Página: 20