SÃO PAULO – O desemprego e a falta de qualidade do ensino são as principais causas da pobreza no Brasil, que recuou nos últimos cinco anos. A conclusão faz parte da mais recente rodada do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), pesquisa promovida em agosto pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que revela a avaliação da população brasileira sobre os bens e serviços públicos.
O levantamento feito com 3.796 pessoas de 212 municípios, aponta que a percepção de 41,4% da população é de que a pobreza diminuiu nos últimos cinco anos, enquanto para 29,7% houve um aumento da pobreza no período e para 28,1% não houve mudanças.
A avaliação de que a pobreza diminuiu, segundo a pesquisa, é maior no Nordeste (48,5%) e no Norte (46,5%) e menor no Sul (36,1%) e no Sudeste (37%).
O levantamento mostra que para 29,4% da população o desemprego é a principal causa da pobreza, seguido pela falta de qualidade do ensino e a dificuldade de acesso à educação, apontado por 18,4%. A corrupção e a desigualdade social também foram citados como causas da pobreza por 16,8% e 12% dos que participaram da pesquisa, respectivamente.
Renda familiar mensal de R$ 2.090 combateria pobreza
De acordo com o levantamento, a população acredita que é preciso uma renda familiar mensal de R$ 2.090 para não ser considerado pobre, ou seja, uma renda per capita em torno de R$ 523 numa família de quatro pessoas, valor próximo ao atual salário mínimo, de R$ 545.
A avaliação da população brasileira, segundo a pesquisa, é de que as principais formas de reduzir a pobreza são por meio da criação de vagas de emprego (31,4%) e a melhora da qualidade do ensino (23,3%).
O Ipea questionou ainda quais poderiam ser as principais políticas implementadas pelo governo federal para acabar com a pobreza no Brasil.
A percepção de 18,7% da população é de que deveriam ser promovidos cursos profissionalizantes rápidos, enquanto para 18,6% seria necessário aumentar o valor do salário mínimo.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12408
Editoria: Economia
Página: 18