Quase quatro anos depois da maior catástrofe natural que o Vale do Itajaí sofreu, o governo do Estado começa a dar sinais de quais obras para prevenir desastres podem, finalmente, sair do papel. O primeiro passo é ampliar o sistema de monitoramento, alerta e alarme nos 53 municípios da Bacia do Rio Itajaí. O edital de licitação para implantar essas ações deve ser lançado mês que vem. O dinheiro para isso, R$ 25 milhões, está garantido e virá do governo federal, por meio do PAC2. Hoje, uma comitiva do governo do Estado estará em Brasília para entregar relatório sobre a estiagem em Santa Catarina e tentar agilizar o processo com o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
Com este dinheiro, segundo o secretário de Estado de Defesa Civil, Geraldo Althoff, será possível implementar apenas a primeira parte da etapa inicial das medidas sugeridas contra desastres climáticos pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), em agosto do ano passado.
– Como estas ações do sistema de alerta não precisam de projetos estruturais, ou seja, não é necessário pedir licença ambiental, vamos dar início ao pacote de prevenções por ela. Assim que definirmos a empresa vencedora do edital, todos os trabalhos devem ser concluídos em 18 meses – estima Althoff.
Este primeiro passo vai contemplar ações como a implantação de um radar meteorológico, capaz de informar qual cidade será mais atingida com até três horas de antecedência, além do mapeamento das áreas de risco de inundações e de escorregamentos, entre outros detalhes. Mas essas medidas não serão imediatas, devem demorar cerca de um ano e meio para ser concluídas. Professor do curso de Engenharia Civil da Furb e coordenador do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops/Furb), Ademar Cordero diz que elas são importantes para a região do Vale do Itajaí, tão vulnerável às intempéries climáticas.
Investimento prevê implantação de radar meteorológico
– Este monitoramento vai trazer informações mais concretas sobre possíveis inundações para nossa região, dando tempo de tomarmos decisões antes de um desastre – comentou Cordero.
O radar meteorológico está estimado em R$ 8 milhões. Segundo o secretário de Defesa Civil, ele deve ser instalado em Santa Cecília, na Serra Catarinense. Este seria o segundo radar instalado no Estado. O outro está em Urubici, também na Serra, mas pertence à Força Aérea. O que será colocado em Santa Cecília terá capacidade para monitoramento meteorológico numa área de 250 quilômetros a 300 quilômetros, abrangendo todo o Vale do Itajaí.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12436
Editoria: Geral
Página: 16
Jornalista: Cristian Weiss e Giovana Pietrzacka