"Estamos na idade da pedra". Essa foi a expressão usada pelo governador Raimundo Colombo para definir a atual situação do Estado no que se refere à prevenção de enchentes, no momento em que anunciava uma série de medidas com o objetivo de resolver o problema no Vale do Itajaí. A apresentação das 14 ações foi feita ontem e a novidade é o cronograma de execução que prevê a conclusão das obras em cinco anos. No entanto, medidas de impacto imediato para a região têm término previsto em três anos. O governo do Estado usou como base um estudo feito pela Agência Internacional Japonesa (Jica) para definir as medidas e dividi-las em dois grupos com sete ações cada. O primeiro grupo é considerado prioridade e já tem um investimento assegurado de R$ 512 milhões – R$ 61 milhões do governo estadual, R$ 141 milhões do BNDES e R$ 310 milhões do governo federal. – O primeiro grupo, este que nós estamos lançando, é uma coisa irreversível, tem que ser feito. O custo de cada enchente é praticamente este valor, não dá para postergar – disse o governador Raimundo Colombo. Para estas ações, o prazo final de conclusão das obras é de quatro anos. As outras sete do segundo grupo de prioridades têm um calendário de até cinco anos, mas ainda não tem previsão de início. As licitações para os projetos de três das sete primeiras medidas serão assinadas por Colombo ainda esta semana em Itajaí, Blumenau e Rio do Sul (ver tabela). A primeira é a compra de um radar meteorológico que permitirá prever com três horas de antecedência eventos climáticos. Com isso, as autoridades poderão alertar as pessoas para que se protejam ou até, em alguns casos, deixem as casas para que não corram riscos. O local onde o radar será instalado ainda está em estudo. As possibilidades são Santa Cecília, entre a Serra e o Meio-Oeste, e Rio do Sul, no Vale. A segunda medida assinada nesta semana será a sobrelevação da barragens de Taió e Ituporanga. De acordo com o governador, o estudo da Jica apontou que é necessário ampliar em dois metros cada uma delas. Com isso, o aumento total da capacidade das duas será de 35 bilhões de litros. O lançamento do último edital será para a construção de diques no canal antigo do Rio Itajaí-Mirim. A partir da assinatura das licitações, a previsão de conclusão das três primeiras medidas é de três anos. Colombo lembrou das enchentes que atingiram o Vale do Itajaí desde a década de 1980 e afirmou que os pesquisadores da Jica estiveram em Santa Catarina durante dois anos, entre 2009 e 2010, para conhecer a região e elaborar um estudo que não teve nenhum custo ao Estado. O governador contou que, no ano passado, quando esteve no Japão, os integrantes da agência japonesa mostraram como o Rio Itajaí-Açu é semelhante ao rio da cidade de Tóquio e como as tecnologias implantadas lá, no início do Século 20, impedem catástrofes desde então. – Agora estamos em condições de executar um plano estratégico, profundo, feito por uma das principais instituições de prevenção de cheias e catástrofes do mundo – disse o governador.
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Hoje |
Em Itajaí, a partir das 15h30min, no Teatro Municipal (Rua Gregório Chaves, 110, Fazenda), assinatura do edital de licitação para a contratação dos Projetos da Construção das Comportas do Rio Itajaí Mirim |
Em Blumenau, a partir das 18h30min, no Teatro Carlos Gomes (Rua XV Novembro, 1181, Centro), assinatura do edital de licitação para a aquisição de radar meteorológico |
Amanhã |
Em Rio do Sul, no Parque Universitário Roberto Frahmm (Rua Herculano Nunes, 105, Centro), assinatura do edital de licitação para a contratação dos projetos de sobrelevação das barragens de Taió e Ituporanga |
Plano de ações para prevenir enchentes (anexo).
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12460.
Editoria: Economia.
Página: 16.
Jornalista: Mayara Rinaldi (mayara.rinaldi@diario.com.br).