Primeiro vestibular deve ficar para 2013

Desde agosto do ano passado, quando o governo federal acenou positivamente à proposta de criação de um campus da UFSC em Blumenau, partindo da estrutura da Furb, os reitores das duas universidades anunciaram que os primeiros cursos gratuitos seriam oferecidos a partir do segundo semestre deste ano. Porém, tudo indica que o prazo não será cumprido. A perspectiva agora é ofertar cursos em 2013.

O reitor da Furb, João Natel, diz que o atraso se deve a quatro fatos ocorridos no ano passado: a greve dos servidores da UFSC, a enchente no Vale, a eleição do reitor da UFSC e eleição do Sindicato dos Servidores do Ensino Superior de Blumenau (Sinsepes).

Neste ano, um novo entrave surgiu com as mudanças no comando do Ministério da Educação. O ex-senador Aloizio Mercadante assumiu a pasta no lugar de Fernando Haddad, que deixou o cargo para concorrer à prefeitura de São Paulo. E o principal interlocutor do projeto no MEC, o secretário de Educação Superior Luiz Cláudio Costa, também deixou o cargo. Assumiu a função Amaro Henrique, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco. Segundo a assessoria de comunicação do MEC, Amaro Henrique deve apreciar este projeto até o final de março.

AS DÚVIDAS QUE PERSISTEM

Quando será oferecido o primeiro curso gratuito?

A intenção é oferecer o primeiro vestibular para vagas federais no segundo semestre desde ano, mas diante do atraso no processo, cogita-se a possibilidade de adiá-lo para o primeiro semestre do ano que vem.

Os atuais alunos poderão se beneficiar desta gratuidade?

As vagas gratuitas são apenas para ingresso via vestibular. Os atuais alunos que quiserem se beneficiar terão de prestar vestibular novamente.

Existe alguma hipótese de os atuais alunos serem beneficiados?

Existe um estudo preliminar de gratuidade para os alunos da Furb através de mecanismos semelhantes ao Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas de estudo integrais e parciais.

E como ficam os alunos que estão próximos da formatura?

Ainda não se sabe como ficaria a situação dos estudantes que estão em semestres avançados, se teriam que recomeçar dos níveis iniciais ou se continuariam no semestre em que estão cursando e a partir daí se beneficiariam da gratuidade do ensino público.

Como fica a situação dos atuais professores e servidores? Eles poderão ser cedidos à UFSC?

É o que a Furb defende. A instituição se ampara em uma lei que criou a Fundação Universidade Federal do Pampa – Unipampa, em Bagé (RS). O Artigo 11 daquela lei diz que "até o preenchimento de 60% dos cargos de provimento efetivos, a Unipampa poderá contar com a colaboração de pessoal docente e técnico-administrativo, mediante cessão dos governos federal, estaduais e municipais, nos termos da Lei 8112, de 1990".

Como fica a cessão do patrimônio da Furb para a UFSC?

O tema não foi contemplado na proposta.

A Furb continuará fazendo vestibulares para os cursos que devem passar à UFSC em breve?

Não. Uma vez que a UFSC ofereça determinado curso, a Furb deixará de oferecer este curso em vestibular.

A Furb vai manter os cursos que a UFSC não pretende incorporar?

Se o MEC aprovar este projeto original sem alterações, sim, a Furb vai manter outros cursos. Mas tudo vai depender desta proposta. Se houver alteração e restarem poucos cursos, não compensa a Furb mantê-los.

A Furb deixará de existir no futuro?

Com a UFSC incorporando gradualmente os cursos, a Furb desaparece. O que deve ocorrer, e é o que defendem as lideranças locais, é a criação da terceira universidade federal de Santa Catarina.

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12462
Editoria: Política
Página: 4

Comentar notícia