A proposta que o secretário da Educação, Eduardo Deschamps, apresentou a uma comissão de 16 professores do Sinte repete a mesma decisão do governo estadual adotada em 2011. Aplica a lei federal dos professores a todos os que ganham abaixo do valor do piso. Mas sem estendê-lo na carreira do magistério.
Há, contudo, novos fatos políticos que revelam posições diferenciadas nestes dois momentos distintos. O primeiro está na estratégia. Em 2011, o governo agiu na defensiva, sendo derrotado em cada etapa, sempre que questionado pelo magistério. Primeiro, negou o pagamento do piso alegando que era remuneração e não vencimento básico, como definido na lei e referendado pelo Supremo. Depois, alegou que era indispensável a publicação do acórdão do STF. Capitulou! Agora, ao contrário, o governo assumiu a ofensiva, antecipando-se à assembleia dos professores com uma proposta formal de pagamento do piso.
Em segundo lugar, a nova política de comunicação, com a Secom levantando dados e encaminhando as informações relacionadas com os novos níveis salariais, distribuindo documentos, leis e tabelas, todos entregues após o encontro do Sinte com Deschamps.
E, terceiro, o nível dos encontros entre governo e Sinte. Ano passado, o secretário Marco Tebaldi entregou a tabela pronta, fechada, já com medida provisória assinada. Agora, Deschamps ofereceu uma proposta e hoje aguardará a resposta oficial do sindicato. Há, assim, espaço para negociação.
No final da audiência, a reação dos dirigentes sindicais era de decepção. Como, se o governo anunciou o pagamento do novo piso de R$ 1.451? É fácil explicar a frustração da diretoria do Sinte. A exemplo do que ocorreu no ano passado, haverá novo achatamento na tabela salarial do magistério.
Data: 15 de março de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12478
Editoria: Opinião
Página: 6
Jornalista: Moacir Pereira