– A proposta destrói o resto que a carreira tem de positivo – lamentou um professor, observando que mestres com pós-graduação e 20 anos de atividade receberão pouco mais do que ACT's, estagiários, sem experiência.
Deschamps admitiu que o pagamento do piso realmente comprime a carreira, mas afirmou que este é um problema nacional, que se repetirá em todos os estados e municípios, convencido de que a lei federal não obriga os entes federativos a aplicar o piso na carreira. Interpretação que é contestada pelo Sinte.
Raimundo Colombo, segundo Deschamps, está consciente da dura realidade, mas argumenta que as finanças do Estado impedem a aplicação imediata do piso em toda a tabela salarial. Propôs, por isso, o reajuste dos 22%, em 2013 e 2014, em parcelas a serem negociadas. Descontados, naturalmente, os 8% que estão sendo creditados este ano a todos.
O novo piso vai beneficiar 30 mil professores, entre ativos e aposentados, informa a Secretaria da Educação. Para os que tinham os piores salários em janeiro de 2011, os ganhos reais chegarão a 94%, o que representam uma melhoria significativa. O problema, contudo, permanece no achatamento da carreira.
Os ACT's estão entre os principais beneficiados com o novo piso, uma circunstância que poderá fragilizar o movimento na assembleia estadual marcada para hoje, às 14h, no Centrosul. Ou provocar divisão no comando do Sinte, rachado desde a última greve, entre três correntes partidárias e ideológicas distintas.
O que será decidido na assembleia vai depender de origem geográfica das delegações presentes, de sua representatividade numérica e, sobretudo, das propostas que serão votadas pelos professores.
Data: 15 de março de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12478
Editoria: Opinião
Página: 6
Jornalista: Moacir Pereira