BLUMENAU – A criação de uma universidade federal no Vale do Itajaí ganhou novos rumos esta semana, com a apresentação de um novo modelo de implantação de ensino gratuito: a tutoria. Conforme o projeto, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) só auxiliaria a Furb a entrar nos padrões de uma instituição federal de ensino superior. A proposta foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário da Furb (Consuni), quinta-feira, e segue para aprovação do Conselho Universitário da UFSC. Depois, será encaminhada ao Ministério da Educação (MEC).
Desta forma, ficam descartados todos os projetos apresentados até agora: a federalização da Furb, a criação de uma nova universidade, cujo projeto ainda tramita no Congresso, e a incorporação gradual da Furb pela UFSC, cuja proposta foi protocolada no MEC no fim do ano passado.
Segundo o reitor da Furb, João Natel, este novo modelo foi sugerido na última reunião em Brasília, em 22 de março, pelas duas universidades, que viram nesta forma de trabalho um caminho mais rápido para se atingir o objetivo do plano de expansão do ensino superior no país. As primeiras vagas gratuitas seriam para 15 cursos de licenciatura e três de mestrado. Apesar de o modelo ainda não contemplar prazos de execução, Natel e integrantes do Consuni apontam como vantagem a manutenção da autonomia de gestão administrativa e acadêmica da Furb.
– A Furb vai manter a sua identidade, seus funcionários, alunos, a estrutura e ainda vai poder oferecer um ensino gratuito e de qualidade. Conseguimos atingir um ponto de consenso importante – afirma o coordenador do Conselho de Planejamento da Furb, Pedro Paulo Wilhelm.
Mesmo com a mudança, Natel diz que o processo não começará do zero, pois o trabalho desenvolvido pelos grupos acadêmico e técnico, responsáveis por apontar o que precisa ser readequado dentro da universidade, já começou. O resultado do levantamento já seria usado no modelo de incorporação:
– A UFSC vai nos ajudar a entrar nas regras do ensino superior federal. Ganha a Furb, que vai operar dentro do sistema federal, e ganham os alunos, que não vão pagar mensalidade por um ensino de qualidade.
Para o representante do Sindicato dos Servidores Públicos do Ensino Superior de Blumenau (Sinsepes) no Consuni, o economista Ralf Marcos Ehmke, este novo modelo foi um avanço em relação.
Data: 31 de março de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12492
Editoria: Política
Página: 4
Jornalista: Daniela Pereira e Giovana Pietrzacka