Sem unanimidade, greve começa segunda-feira

FLORIANÓPOLIS – Professores da rede estadual votaram pela greve, ontem, em assembleia geral, no CentroSul, em Florianópolis. Para mobilizar mais a categoria e explicar aos alunos e aos pais os motivos da posição tomada, o início da paralisação, previsto para ontem, foi adiado para a próxima segunda-feira. Em Blumenau, uma reunião da regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) está marcada para quinta-feira, às 18h, com os professores. O objetivo é preparar a mobilização para a paralisação.

A coordenadora do sindicato, Alvete Bedin, espera que até segunda-feira haja uma nova reunião com o governo e que uma outra proposta seja apresentada. Um documento comunicando a decisão e pedindo novas negociações será enviado hoje ao secretário da Educação, Eduardo Deschamps.

– Estamos abertos para conversar. Caso o governo queira ver os professores na sala de aula, terá que apresentar algo novo – ressaltou.

Se não houve consenso pela greve, foi unânime a rejeição da proposta salarial, apresentada pelo governo na segunda-feira. Com ela, a tabela salarial do magistério teria uma descompressão, aumentando a diferença salarial entre os níveis de formação, até dezembro de 2013. A primeira parcela de reajuste seria repassada em agosto.

Os docentes não concordam, porque pedem que o reajuste de 22% dado ao piso nacional, em fevereiro, seja repassado a todos os professores, neste ano, e sem parcelamento.

Diferente de 2011, a greve este ano começa sem mobilização de todo o magistério. As 30 assembleias regionais, feitas anteriormente, não tiveram uma posição única: 12 escolheram aderir à decisão do encontro estadual, quatro não queriam a paralisação, outras quatro queriam a greve e 10 não deram uma definição. Desconto dos dias parados e outras ações, que serão acertadas com diretores das escolas, para garantir a normalidade das aulas são decisões que serão tomadas pela Secretaria de Estado da Educação a partir da próxima semana.

– Vamos trabalhar para não prejudicar o aluno. Não há motivo para não ter aula, já que essa foi a decisão de uma minoria – disse o secretário da Educação, Eduardo Deschamps.

Ele lamentou a decisão do magistério. Para Deschamps, o contexto deste ano é diferente do ano passado, porque o governo iniciou as negociações com os professores antes da greve começar. O secretário voltou a enfatizar que não haverá negociação com a categoria em greve e que não apresentará nenhuma proposta até segunda-feira. O governador Raimundo Colombo que estava em Brasília, considerou a decisão dos docentes injusta e desleal. 

Data: 18 de abril de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12507
Editoria: Geral
Página: 10
Jornalista: Júlia Antunes Lourenço

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