FLORIANÓPOLIS – Por tempo indeterminado, começa hoje a greve do magistério estadual. A expectativa da Secretaria de Educação é de que a minoria de professores pare as atividades e, por isso, as aulas devem ser normais. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sente) promete ampla adesão ao movimento.
O secretário de Educação, Eduardo Deschamps, informou, com base em informações repassadas pelas gerências regionais de Educação, de que a adesão será pequena e que os professores irão parar as atividades de maneira isolada.
– Não recebi informação de escolas parando completamente – ressaltou.
Na última sexta-feira, foi feita uma videoconferência com os diretores dos colégios. A orientação encaminhada a todos foi a de manter a normalidade das aulas e das atividades. Além disso, será feito o lançamento das faltas dos professores ausentes.
Como há a previsão de adesão baixa, o secretário acredita que os estudantes não terão apenas uma ou duas aulas, como acontecia no ano passado:
– Se confirmar o que estamos esperando, os pais podem encaminhar os filhos ao colégio, porque eles terão atividades. Hoje, as aulas devem ser normais e, se não for em todas as escolas, é porque teremos alguns casos isolados.
As negociações seguem paradas. Deschamps voltou a afirmar que elas só voltarão a acontecer quando os professores retornarem para a sala de aula:
– Não vamos fazer isso, porque só estende a paralisação, gerando mais prejuízos aos alunos e aos familiares. Se houve uma interrupção das negociações foi por parte da categoria que entrou em greve.
Neste final de semana, o governo veiculou, na televisão, um comunicado oficial informando os reajustes dados ao magistério e pedindo aos professores que não paralisem as atividades.
Após o anúncio da greve, na última terça-feira, as regionais do Sente começaram a mobilização em escolas e com os professores. Por isso, a coordenadora do sindicato, Alveje Begin, afirma que o movimento terá uma adesão grande, com a maioria dos professores em greve.
Ela observa que, desde julho do ano passado, o governo teve tempo para negociar com a categoria em aula.
– Ficamos em estado de greve e poderíamos ter paralisado desde o início do ano letivo. Foi pedida uma proposta e o governo apresentou uma sem contemplar a nossa reivindicação. Ele que quis a greve porque disse que essa era a última oferta. Estamos abertos a novas conversas – explicou.
Data: 23 de abril de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12511
Editoria: Geral
Página: 14
Jornalista: Julia Antunes Lourenço