Uma das obras mais esperadas em duas décadas pelos moradores da região, o dique da Fortaleza deve finalmente ser concluído dentro de seis meses. A estrutura terá a função de bloquear, por meio de comportas, o Rio Itajaí-Açu na foz do Ribeirão Fortaleza, em caso de enchente, para que o ribeirão não ganhe volume nem provoque alagamentos nos bairros próximos. Ao mesmo tempo, duas bombas farão a remoção da água excedente do ribeirão e escoarão para o Rio Itajaí-Açu.
As obras começarão em 10 dias. Ontem, o governador Raimundo Colombo esteve em Blumenau para assinar o repasse de R$ 2,5 milhões. A prefeitura entrará com contrapartida de mais R$ 1 milhão para custear a obra.
O dinheiro será aplicado na revisão e instalação das duas bombas – adquiridas por aproximadamente US$ 1 milhão -, análise do sistema elétrico que alimentará as bombas e implantação dos paineis de controle. A obra também contempla reforma estrutural do dique, instalado na Rua 2 de Setembro, cujas obras começaram há 16 anos.
O dique está cercado por um matagal e em 2002 chegou a ter todos os paineis do sistema hidráulico furtados, sem nunca ter operado completamente.
– O maior prejuízo é para a comunidade que sofreu neste período uma série de calamidades que poderiam ter sido minimizadas se esta obra tivesse sido feita antes – considera o governador Raimundo Colombo.
Duas empresas foram contratadas, uma para reformar a estrutura e revisar as bombas e a outra para implantar o sistema elétrico. O prazo para execução dos serviços é de 180 dias. Secretário Municipal de Obras, Alexandre Brollo explica que o dique servirá para controlar o volume de água dos bairros Fortaleza, Fidélis e Itoupava Norte, diretamente atingidos pelo Ribeirão Fortaleza. Mas a área a ser atendida será ainda maior.
– Com exceção do Ribeirão Itoupava, todos os córregos da região Norte desaguam no Ribeirão Fortaleza. O dique vai ajudar a equilibrar o volume de água em caso de cheia – garante Brollo.
A proposta de construir o dique surgiu em 1992, após uma enchente em que o Rio Itajaí-Açu atingiu 12,80 metros, a mesma marca registrada em setembro do ano passado. Comerciantes da região se uniram e financiaram o projeto.
Para o dique da Fortaleza operar com eficiência, um pacote de obras foi necessário, para corrigir e ampliar a vazão do ribeirão, como a construção de galerias nas ruas Gustavo Lueders, Julio Kleine, Paula Hoeltgebaum e Samuel Morse, além da recuperação da galeria da Rua 2 de Setembro, que cedeu na tragédia de 2008.
A Ponte da Rua Julio Michel também foi reconstruída em 2009. (Colaborou Giovana Pietrzacka).
Data: 15 de maio de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12530
Editoria: Geral
Página: 10
Jornalista: Cristian Weiss e Morgana Michels