Superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Rio do Sul, Elifas Marques explica que desde a ligação com a BR-101 até o Km 49, em Blumenau, o solo onde foi edificada a BR-470 é vulnerável, composto principalmente por argila. Em alguns trechos, chega a ter uma camada de 25 a 40 metros de profundidade de solos moles. Um dos efeitos é a ondulação da pista e o alongamento das pontes.
O detalhamento complexo do lote 2 da duplicação, entre os Km 18,6 e 44,8, de Ilhota a Gaspar, é necessário porque a baixa capacidade do solo provoca adensamentos e irregularidades que podem ter efeito tanto na pista duplicada quanto na existente.
– É difícil aplicar uma rodovia sobre solos moles, sem que interfira na mecânica da outra que já está estabilizada – explica Marques.
Os engenheiros precisarão extrair uma amostra do solo a cada 100 metros para verificar a característica e propor soluções. Engenheiro civil, Marques trabalhou nas BRs 262 e 163 em Mato Grosso do Sul. Em 1986, participou do processo de duplicação da BR-262, que liga o porto de Vitória (ES) até a Bolívia:
– A rodovia cruza o Pantanal matogrossense, que é outra pedreira. Ou melhor, pedra é o que ela justamente não tem. Isso que teremos na BR-470 é apenas uma amostra do que é o Pantanal em termos de solo.
Data: 17 de maio de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12532
Editoria: Geral
Página: 18