OPINIÃO: Temos que ser chatos

Quando prometeu, pela quarta vez, duplicar a BR-470, há quase um ano, a presidente Dilma Rousseff não deu prazo. Teria, pelo menos, três anos e meio para cumprir. Ou sete anos e meio, caso reeleita. Estranhamente, a promessa, recebida com alegria por todos, arrefeceu os brios dos que costumavam bravejar, cobrar, cutucar o governo federal para que a duplicação não caísse no esquecimento. Foram meses de silêncio sem grandes mobilizações. Dilma conseguiu anestesiar nossas lideranças.

Depois de um ano hibernando, eis que todos se deram conta da bobagem. Afinal, desde quando se acredita em promessa de político? "Mas era a presidente da República", dirão alguns. Mandatário nenhum, partido nenhum governa sozinho no Brasil. Nem mesmo a presidente. Muito menos o PT. Uma questão de honra pessoal pode ferir questões de honra partidária ou de outros gêneros. E quem dá o braço a torcer nesses casos? Não se iludam. No máximo, Dilma, como presidente, verá o início das obras em alguns trechos. A história nos dá essa certeza. 

Data: 17 de maio de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12532
Editoria: Geral
Página: 18
Jornalista: Francisco Fresard

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