LAGUNA – A presidente Dilma Rousseff reafirmou, em visita ao Estado ontem, o compromisso de duplicar a BR-470 entre Indaial e Navegantes. Semana passada, o ministro dos Transportes anunciou que o trecho da Rua Maringá, em Blumenau, até Indaial (lote 4), deve ser o primeiro a passar por obras. O projeto executivo do lote será finalizado em julho, e a expectativa é que a licitação para execução das obras comece em outubro.
– Eu sei que a BR-470 é como se fosse uma espécie de coluna vertebral, tanto no que se refere à circulação de pessoas, como de bens, como de serviços, como de infraestrutura para os portos. Enfim, ela é crucial para o desenvolvimento desta região e, portanto, do Brasil – disse a presidente durante solenidade em Laguna.
Dilma veio a Santa Catarina assinar a ordem de serviço da ponte estaiada – que se chamará Anita Garibaldi – de Laranjeiras, em Laguna, no trecho Sul da BR-101. A visita da presidente representa a retomada de investimentos do governo federal em rodovias do Estado quase um ano após as denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. A presidente decidiu vir ao Estado durante a reunião do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na quinta-feira, quando bateu o martelo sobre a ponte de Laguna. Ela também garantiu verba do PAC para outra grande obra da BR-101 Sul, o túnel duplo do Morro dos Cavalos, em Palhoça, além da duplicação da BR-470, entre Indaial e Navegantes.
Independente da intenção, a postura disciplinar da presidente sobre um dos três maiores gargalos da duplicação da BR-101 Sul, depois de três anos de atraso, trouxe satisfação aos políticos catarinenses e a população presente. Cerca de 2,5 mil pessoas estiveram no evento.
Em seu discurso, Dilma lembrou de quando vivia no Rio Grande do Sul e costumava passar pela BR-101 para visitar o litoral catarinense em um tempo que o congestionamento não era intenso como hoje. Comentou que conhece o Estado há 40 anos. Ela demonstrou surpresa com um vídeo feito este ano pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe.
-Seguia o hábito gaúcho de passar férias em Santa Catarina. Muitas vezes passei de carro por aqui. É uma honra decidir pela construção da ponte. Fraxe gravou o congestionamento na região. Deu para perceber como estava grave o fluxo de veículos que se estreitava na ponte – afirmou.
A presidente usou o exemplo da construção da obra de R$ 540 milhões (o valor original era de R$ 597 milhões, mas sofreu redução de preço nos últimos dias) para falar sobre o momento econômico brasileiro, que ela considera em franca expansão, ao contrário do que ocorre atualmente na Europa e Estados Unidos. Dilma afirmou que, enquanto as grandes potências estão com o freio de mão puxado em investimentos, o Brasil optou por injetar recursos em infraestrutura e criar empregos. No caso da Ponte Anita Garibaldi, a expectativa é gerar 1.500 postos de trabalho diretos e 5 mil indiretos.
– Nos últimos anos, cuidamos para criar um conjunto de armas contra crises externas. Antigamente o mundo espirrava lá fora e nós pegávamos uma pneumonia. Na crise de 2009, fomos atingidos, mas muito pouco. Ainda temos US$ 370 bilhões de reserva enquanto naquela época tínhamos US$ 205 bilhões e isso garante proteção o que quer que aconteça fora do país – anunciou, com orgulho, a presidente.
Data: 22 de maio de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12536
Editoria: Política
Página: 4