Uma semana para resolver impasse

BRASÍLIA – Quase um ano após o anúncio da criação do campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Blumenau, o Ministério da Educação (MEC) ainda não definiu como ocorrerá a implantação da nova unidade. Em reunião com os reitores da UFSC e da Furb, ontem, em Brasília, o ministro Aloizio Mercadante prometeu apresentar uma solução para o impasse dentro de uma semana.

Assim, o litígio entre as universidades sobre o modelo jurídico e institucional do campus deverá obedecer às diretrizes do ministério. Caberá à Secretaria de Educação Superior, órgão vinculado à pasta, sugerir como e quais cursos serão oferecidos, como será formado o quadro de servidores e o papel de cada instituição na parceria. O objetivo é chegar a um acordo o mais rápido possível, para que o vestibular do fim de ano já ocorra dentro das novas regras. O modelo apresentado pelo governo, contudo, terá de ser aprovado pelos conselhos universitários da UFSC e da Furb.

– Com a sinalização do governo, começamos as negociações internas. Preciso sinalizar para minha comunidade que há a possibilidade de uma parceria com a Furb – disse a reitora da UFSC, Roselane Neckel.

Furb e UFSC terão de chegar a acordo seguindo critérios do ministério

Para o reitor da Furb, João Natel, a principal preocupação é assegurar que os servidores da instituição não sejam descartados após a fusão:

– O importante é garantir aos trabalhadores da universidade que serão aproveitados na unificação.

A polêmica entre Furb e UFSC se estende desde dezembro. À época, a UFSC protocolou em Brasília uma proposta de incorporação da Furb. O modelo previa que as vagas gratuitas seriam oferecidas apenas mediante vestibular, não contemplava cessão do patrimônio e tampouco a cedência dos professores e servidores. Além disso, a Furb deveria ser gradualmente extinta.

A Furb rejeitou a proposta. Para Natel, a União deveria absorver o patrimônio e os servidores da instituição, mas mantendo a autonomia administrativa e acadêmica. Os alunos das 15 licenciaturas e três mestrados da Furb teriam a gratuidade do ensino. Desta vez, quem se negou a aceitar a proposta foi a UFSC.

– As universidades terão de chegar a um acordo, mas dentro dos critérios do MEC – salientou o secretário da Educação Superior do MEC, Amaro Lins. 

Data: 11 de julho de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12579
Editoria: Política
Página: 8
Jornalista: Angélica Sattler

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