Greve prejudica avanço da federalização

BLUMENAU – O prazo acabou e o Ministério da Educação (MEC) ainda não apresentou oficialmente o projeto sobre a criação de uma universidade federal em Blumenau. A greve dos professores e servidores federais, que atinge inclusive a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a qual faria parceria com a Furb para criação de uma nova unidade de ensino gratuito no Vale, impediu que a previsão de informar qual o melhor modelo jurídico e institucional até quinta-feira fosse cumprida.

Assessoria de comunicação do MEC informou, na manhã de ontem, que o projeto ainda está no "âmbito jurídico para avaliação". A resposta é a mesma da semana passada.

Os professores estão em greve desde o dia 11 de julho, mas servidores já haviam paralisado os trabalhos em junho. Esta é uma das justificativas para o atraso. Foi inclusive o motivo apontado pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, durante visita a Blumenau quinta-feira da última semana:

– Estamos aguardando que a decisão seja tomada. Infelizmente a greve retardou um pouco.

Diante disso, o Conselho Universitário da UFSC adiou o retorno das aulas, previstas para 6 de agosto. Uma nova reunião do órgão, dia 7, vai avaliar a situação e eventuais avanços nas negociações dos grevistas com os ministérios da Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O reitor da Furb, João Natel, chegou a apontar um segundo motivo para o atraso. A natureza complexa do processo. Ele refere-se, principalmente, à cessão de servidores e patrimônio municipais (da Furb) para atuar na esfera federal (em uma universidade federal). Modelo defendido pela Furb e que, segundo o deputado federal Décio Lima (PT), um dos interlocutores no MEC, é o ponto de partida do estudo feito pelo ministério.

A polêmica entre Furb e UFSC se estende desde o fim do ano passado. Em dezembro, a UFSC protocolou no MEC uma proposta de incorporação que previa a oferta de vagas, todas por meio de vestibular. Este modelo foi rejeitado pela Furb, que apresentou uma nova proposta usando o modelo de tutoria, a qual foi rejeitada pela UFSC. Portanto, o ministério ficou responsável por definir um novo modelo de federalização, partindo do zero. 

Data: 31 de julho de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12596
Editoria: Política
Página: 6

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