Pacote prevê novas ferrovias e rodovias

BRASÍLIA – Do pacote de R$ 133 bilhões em investimentos em infraestrutura, anunciado ontem pelo governo federal, Santa Catarina foi contemplada com somente duas ferrovias que cortarão o Estado. Uma delas fará a ligação de Maracaju (MS) a Mafra, no Planalto Norte. A outra ligará São Paulo a Rio Grande (RS), passando por Mafra.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que o objetivo do governo é reduzir o custo do transporte e tornar a economia mais competitiva para enfrentar a crise mundial.

Dos investimentos, R$ 91 bilhões são para construir 10 mil quilômetros de ferrovias – R$ 56 bilhões nos próximos cinco anos. Outros R$ 42 bilhões serão investidos em rodovias, com a concessão de 7,5 mil quilômetros – 5,7 mil novos e 1,8 mil já duplicados.

Recebido como uma reação tardia do governo, o Programa de Investimentos em Logística foi aplaudido pelos empresários. O presidente da Associação Empresarial de Blumenau, Ronaldo Baumgarten Jr., disse que a atitude da presidente é louvável pois tenta sanar um problema de anos. Porém, ele lembra que são necessárias ações de curto prazo, como as prometidas modificações na carga tributária, que tanto incomodam.

Dilma negou que concessões sejam algum tipo de privatização

Após o anúncio das medidas, Dilma apressou-se em negar que o pacote seja uma espécie de privatização, no qual esteja se desfazendo de patrimônio para somar caixa:

– Hoje, estou estruturando um modelo no qual vamos ter o direito de passagem, de quantos precisarem transportar sua carga. Na verdade, é um resgate da participação do investimento privado em ferrovias, mas é também o fortalecimento das estruturas de planejamento e de regulação.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Jose Côrte, disse que vai buscar informações sobre a participação catarinense no plano de concessões, em especial as rodoviárias, das quais o Estado ficou de fora.