O reitor da Furb, João Natel, aguarda a manifestação oficial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para encerrar a negociação de uma parceria entre as instituições para a oferta do ensino gratuito em Blumenau. Com a resposta, pretende provocar um debate no Conselho Universitário. O pedido de retorno foi feito ao secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, segunda-feira, durante viagem a Brasília. Ontem, preferiu não comentar as declarações da reitora da UFSC, Roselane Neckel, que, em entrevista ao Santa, na sexta-feira, informou que não havia alternativas jurídicas para viabilizar o campus do município a partir da Furb. As discussões começaram em agosto de 2011, e estavam paradas desde agosto deste ano.
– Não era o que a gente queria, mas a Furb não viverá grandes mudanças se a federalização não ocorrer. Aguardo uma posição oficial da UFSC para depois fechar o assunto junto ao conselho. Estamos à disposição para ajudar a UFSC vir para Blumenau, dentro das nossas possibilidades – resumiu Natel, que recebeu com surpresa a notícia.
A decisão da UFSC de vir a Blumenau sem a parceria com a Furb foi recebida com surpresa também pela comunidade acadêmica da instituição. Ontem, nas redes sociais, repercutiu um manifesto do Comitê Pró-Federalização. Publicado na comunidade do grupo no Facebook, o documento classificou a decisão da UFSC como infeliz. Para os integrantes, o assunto não está encerrado. O grupo está provocando entidades e lideranças a se posicionarem sobre o caso. Pretende fazer um compilado das manifestações e avaliar as próximas estratégias. Sexta-feira haverá assembleia.
Depois dos cutucões do comitê, os vereadores Fábio Fiedler (PSD), Mário Hildebrandt (PSD) e Marco Wanrowsky (PSDB) usaram a tribuna, na sessão de ontem da Câmara, para comentar a federalização da Furb. O tom dos discursos foi de crítica.
– A UFSC parece estar buscando outro caminho. Certamente, se vier pelo caminho que está desenhando, o tempo de implantação será muito maior. Joinville está com sérios problemas de operacionalização para implantação da UFSC. Não queríamos passar pelos mesmos problemas – disse Wanrowsky.
A reação do atual prefeito João Paulo Kleinübing (PSD) e do sucessor Napoleão Bernardes (PSDB) foi de inquietação. Ambos garantem que vão tentar reverter o quadro. O primeiro pretende buscar apoio do governador Raimundo Colombo (PSD) e do secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps (ex-reitor da Furb). Já o tucano quer se reunir com as duas universidades e buscar audiências com o Ministério da Educação em Brasília.
Ontem, a reportagem não conseguiu localizar Roselane Neckel para comentar o caso.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12705.
Editoria: Política.
Página: 4.
Jornalista: Raquel Vieira (raquel.vieira@santa.com.br).