Com programas de coleta seletiva consolidados, Indaial, Timbó e Pomerode esbarram em um problema semelhante ao de Blumenau: o alto índice de rejeitos do material reciclável. O chefe do aterro sanitário de Timbó, Ivo Adam, explica que das 140 toneladas de recicláveis recolhidas por mês pelo Samae, 40% não podem ser aproveitados para venda.
Nos rejeitos entram materiais que vão para o saco de seleção contaminados, com excessos de líquidos como óleo, que inutilizam outros recicláveis, como papel. Com um exemplar em mãos, o coordenador do aterro aponta que pacotes de plástico laminado, como os de presente, acabam não sendo reaproveitados porque o custo alto inviabiliza o reaproveitamento. Embora, do ponto de vista técnico, tudo possa ser reciclado, segundo o diretor de Coleta de Indaial, Alídio Tamanini.
O atual presidente da Associação Participativa Recicle Indaial (Apri), Luís de Oliveira, contabiliza metade de rejeitos entre o que é coletado como reciclável:
-Tem gente que garimpa ouro, tem gente que garimpa pedras preciosas. Nós somos garimpeiros do que é lixo para vocês.
Reciclador há mais de nove anos, Oliveira, conhecido como Seco, explica que mais de 20 famílias dependem do que é reciclado na Apri. Ele detalha que é de 2,4 mil a variedade de itens que podem ser aproveitados e têm valor agregado entre o que chega na esteira da associação.
Em Pomerode, o índice de quebra entre os recicláveis também é de 40%, como Timbó. O diretor da Coleta Seletiva e da Usina de Reciclagem, Edson Hille, observa que os coletores orientam a população quando percebem a embalagem do reciclado com materiais incorretos.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12742.
Editoria: Geral.
Página: 16.
Jornalista: Sarita Gianesini (sarita.gianesini@santa.com.br).