FLORIANÓPOLIS – O trajeto de curvas e morros da SC-438, ligação entre Lages e Tubarão, é o que apresenta mais riscos aos motoristas que trafegam pelas rodovias catarinenses. A conclusão é do relatório da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) apresentado ontem e baseado em dados de 2012 registrados nas estradas de Santa Catarina.
A SC-474, que liga Blumenau a Massaranduba ocupa a segunda posição. A SC-401, em Florianópolis, que ocupava o topo do último levantamento agora aparece como a sétima rodovia mais perigosa.
O relatório usa um cálculo que leva em conta os tipos de acidentes, com ou sem mortes, feridos e danos materiais e dá origem à Unidade de Padrão de Severidade (UPS).
Foi a SC-438 que apresentou a UPS mais alta – 504 – com 31 mortos e 72 acidentes em 2012.
O relevo acidentado – a Serra do Rio do Rastro está dentro da rodovia – e as curvas ajudam a explicar os perigos da 438, mas não são os únicos motivos. Movimento intenso de veículos pesados entre a Serra e o Litoral Sul, imprudência de motoristas e urbanização em torno dela também contribuem para essa realidade.
Major Fábio Martins da PMRv frisa que ela é uma rodovia extensa, com 216 quilômetros – destes 12,5% oferecem mais riscos.
A SC-474, entre Blumenau e Massaranduba, registrou de janeiro a dezembro do ano passado 351 UPS – o que equivale a 20 mortes e 71 acidentes.
Como o levantamento traz os trechos mais perigosos, é possível saber onde as autoridades devem agir, intensificando a fiscalização com radares e bafômetros. Ou ainda, onde o Estado deve investir em obras ou melhorar a sinalização.
O aumento de cuidados e fiscalização não são suficientes para diminuir significativamente o número de acidentes. Martins observa que falta ainda educação dos motoristas, que abusam da imprudência. Quando a velocidade está sendo monitorada em um percurso, o condutor acaba respeitando o limite ao passar nele, para não ser multado. Em compensação, acelera em outro trecho.
O relatório ainda mostrou um comparativo da quantidade de acidentes entre 2011 e 2012. Enquanto o número de feridos diminuiu de 6.397 para 6.143 (3,97% ), o número de mortos aumentou. Foram 357 em 2011 e 414 no ano passado (15,9%).
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12783.
Editoria: Geral.
Página: 24.