Até o final deste ano, a União planeja licitar as obras para a construção de três ferrovias em Santa Catarina. O objetivo é que as atividades comecem em 2014. Mas a decisão final sobre o polêmico traçado da Ferrovia do Frango, que liga o Oeste catarinense ao Porto de Itajaí, está nas mãos do governo de SC, segundo o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.
Ao ser informado desta decisão da EPL, estatal que vai cuidar dos projetos de expansão ferroviária no país, o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, comemorou. E disse que na próxima terça-feira irá a Brasília para começar a definir o traçado das linhas Norte-Sul (Ferrovia do Milho), Litorânea e da recentemente confirmada Leste-Oeste (Ferrovia do Frango). Sobre este último traçado, existem duas correntes: a que defende que ele corte o Vale do Itajaí e a que aposte na região Norte.
Ontem, o auditório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) ficou pequeno perante o Fórum Parlamentar Catarinense que discutiu os projetos para implantar a malha ferroviária. Anfitrião do evento, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou a importância de um sistema ferroviário para a obtenção de insumos e para o escoamento das cadeias produtivas.
– A infraestrutura portuária pode contribuir muito para a competitividade do Estado, mas o acesso aos portos está comprometido pela qualidade da malha ferroviária. Um quarto do transporte brasileiro ocorre por ferrovias, mas em SC esse número cai muito, para 5%.
O governador Raimundo Colombo salientou o destaque do Estado na produção e exportação de suínos e frangos. Porém, reconheceu a necessidade de investimento em uma linha ferroviária que permita a continuação desta expansão mercadológica.
– Este mercado está em risco, porque busca a competência. E o modelo atual se esgotou. Ou mudamos, ou perderemos. O que já está acontecendo. Esse investimento em ferrovias será refletido nos próximos 100 anos.
O presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, anunciou um investimento federal de R$ 500 bilhões para ferrovias no país. Tudo para que o projeto de construção de uma nova linha ferroviária comece, de fato, a sair da fase de diagnóstico. A expectativa, segundo Figueiredo, é de que os processos licitatórios estejam concluídos no final deste ano para que as obras comecem em 2014.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12790.
Editoria: Economia.
Página: 12.