BLUMENAU – O Conselho Regional de Medicina do Estado de Santa Catarina (Cremesc) orientou o Hospital Santo Antônio a reunir os médicos do corpo clínico da unidade de saúde e distribuí-los nas escalas de plantão para garantir o atendimento no pronto-socorro adulto. Ontem, a direção do hospital divulgou comunicado anunciando que a partir de domingo fechará a ala adulta e só manterá em funcionamento o pronto-atendimento infantil. A justificativa seria a falta de médicos. O hospital teria passado o mês tentando contratar profissionais para os 3,5 mil atendimentos mensais, mas não conseguiu encontrar profissionais interessados. Se o setor for fechado, os atendimentos aos usuários do SUS serão feitos apenas no Hospital Santa Isabel e no Hospital Misericórdia, na Vila Itoupava.
Segundo informações da assessoria de imprensa do Santo Antônio, os médicos trabalham em escala. São três horários diários, sendo que dois profissionais atuam em cada horário. Ao todo, há 42 vagas semanais na escala, mas apenas um terço de toda a escala está preenchida. A assessoria não soube precisar o números de profissionais que isso representa já que a quantidade varia diariamente. A situação ficou assim há quase um mês, quando um grupo de cinco médicos teve o contrato rescindido porque o hospital não pôde bancar o reajuste salarial que eles queriam. O hospital tem uma situação financeira crítica, que tem se agravado, pelo menos, desde o início deste ano.
Conforme o hospital, em março, foram feitos anúncios em jornais de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul para a contratação de médicos. Também teria sido solicitada ajuda para divulgar as vagas aos outros hospitais de Blumenau e ao Conselho Regional de Medicina dos três estados, mas não houve interessados. Mesmo com o pronto-socorro fechado, o hospital garantiu que continuará buscando profissionais para preencher a escala de plantão e retomar o atendimento à população.
Delegado regional do Cremesc, Jacy Bruns, informou que a entidade não está medindo esforços para manter os atendimentos do pronto-socorro do Santo Antônio. Ele também disse que o setor não pode, simplesmente, ser fechado:
– Isso caracteriza omissão de socorro – explica.
Ontem à noite, a assessoria de imprensa informou que o corpo clínico já foi reunido e que os médicos disponíveis estão atuando no pronto-socorro, mas o número não é suficiente. A unidade de saúde garante que fez tudo o que foi possível e que preferiu fechar as portas a prestar um atendimento precário à população.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12800.
Editoria: Geral.
Página: 22.
Jornalistas: Priscila Sell (priscila.sell@santa.com.br) e Tatiana Santos (tatiana.santos@santa.com.br).