Estado aposta em centros de inovação

FLORIANÓPOLIS – Começa a sair do papel um projeto que iniciou em 2008 e passou a fazer parte das promessas de governo de Raimundo Colombo: a construção de centros de inovação em cidades-chave de Santa Catarina. O governo estadual vai investir R$ 40 milhões na primeira etapa do programa, que é a edificação dos centros em 10 municípios catarinenses, entre eles, Blumenau. A previsão é de que as obras comecem em junho deste ano, mas atrasos recorrentes colocam em xeque a previsão. Em Lages, por exemplo, a construção está atrasada em cerca de um ano e meio e há exigência de mais dinheiro público.

O secretário de Ciência e Tecnologia de Florianópolis, Rui Gonçalves, explica que este é o primeiro projeto em inovação do Estado que alinha a atuação de iniciativa privada, universidade e poder público. Ele observa que ações autônomas vão continuar em paralelo, mas que a intenção dos centros é a convergência de startups, empresas e projetos de pesquisa. Isto para que a inovação ocorra em rede no Estado.

Segundo ele, os centros vão facilitar o compartilhamento dos conhecimentos entre empresas de diferentes cidades, além de quebrar as barreiras da universidade e da iniciativa privada, que costumam atuar de maneira isolada. Também vão poder trabalhar em soluções para problemas dos setores econômicos das regiões.

O governador Raimundo Colombo cita o desafio da agroindústria catarinense que, diante dos altos preços do milho e da soja em comparação com a região Centro-Oeste, por exemplo, precisa investir em tecnologia para agregar valor aos produtos. O mesmo serve para o setor têxtil e cerâmico, que enfrentam a dura competição com a China.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, o único investimento garantido para o projeto é o já captado pelo governo estadual junto ao BNDES e Banco do Brasil nesta primeira etapa. Depois, para equipar os prédios, o governo ainda vai precisar levantar recursos. A manutenção dos centros ficará a cargo dos municípios. A ideia é que o prédio gere receita com aluguéis de salas e seja autossustentável.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12805.
Editoria: Economia.
Página: 13.