BRASÍLIA – Das 18.450 inscrições registradas pelo Programa Mais Médicos, 8.307 apresentaram números inválidos de registros em conselhos regionais de medicina, o equivalente a mais de 45% do total. Os números foram anunciados sexta-feira pelo Ministério Saúde. Questionado se o dado está relacionado à suspeita de sabotagem ao programa, organizada por meio das redes sociais, o ministro Alexandre Padilha disse que, entre as inconsistências, pode haver casos de erros de digitação e inscrição de profissionais recém-formados. Esses dados ainda podem ser corrigidos.
Os médicos brasileiros têm até a meia-noite de domingo para concluir o cadastro, corrigir dados e entregar documentos – estrangeiros terão até 8 de agosto para essa última fase.
– O Ministério da Saúde criou filtros para impedir que uma pessoa que não queira atender à população na periferia e municípios do interior possa atrasar a chegada de médicos para essa população. Esse filtro identificou que tem 8 mil CRMs inconsistentes, e eles têm até o dia 28 para corrigir e confirmar os dados. Temos que esperar até domingo para ver que médicos realmente têm interesse em atender. Temos que ver também outros vínculos dos profissionais com hospitais e quais realmente querem atender nas periferias e interior do país – disse Padilha.
Após receber denúncias de que grupos estariam se mobilizando nas redes sociais para inviabilizar o programa, o ministro pediu que a Polícia Federal (PF) acompanhasse o processo de inscrições. O ministério também alterou regras do programa e passou a exigir que os candidatos apresentem documento em que declarem que vão deixar vaga de residência médica ou do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) para atuar no Mais Médicos. A declaração deve ser apresentada no ato da inscrição.
Dos cadastrados, há 1.270 que são médicos residentes e terão de formalizar o desligamento de programas de especialização para homologar a participação no Mais Médicos.
– A PF vai acompanhar todo o processo, a finalização da inscrição e da escolha de municípios para ter evidências do que de fato está acontecendo – afirmou o ministro.
O programa atraiu a inscrição de 1.920 estrangeiros, de 61 nacionalidades diferentes. Os profissionais brasileiros terão prioridade na escolha. Depois, virão os brasileiros formados no exterior e, por último, os estrangeiros. Os critérios de desempate para os brasileiros são a existência de vaga no município na sua especialidade. Depois, o local de formação ser no mesmo estado do município pedido. Por último, quem se inscreveu primeiro no sistema.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12904.
Editoria: Política.
Página: 4.