Cubanos começam a desembarcar no Brasil

FLORIANÓPOLIS – Os primeiros 206 médicos cubanos que participam do programa federal Mais Médicos, do Ministério da Saúde, desembarcaram no Brasil, sábado, em quatro capitais para participar do módulo de avaliação, que inicia hoje e durará três semanas. Ontem, outros 194 profissionais chegaram ao país. No total, 400 médicos participarão da primeira etapa do programa e começam a atuar nos municípios em 16 de setembro. Os médicos atenderão as 701 cidades que não foram escolhidas por nenhum profissional brasileiro, a maioria situadas no Norte e Nordeste do país. O Ministério da Saúde ainda não divulgou o número de cubanos que será designado para trabalhar em Santa Catarina.

De acordo com a assessoria de imprensa, hoje deve ser feito um levantamento do número de médicos e de cidades disponíveis para cada estado. Em Santa Catarina, 55 municípios não tiveram inscrições de profissionais brasileiros nem estrangeiros. Até o final do ano, outros 3,6 mil médicos cubanos devem chegar ao país para atuar pelo programa, completando um total de 4 mil profissionais de Cuba cedidos por meio de um termo de cooperação assinado entre o Ministério da Saúde brasileiro com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Dos 644 médicos estrangeiros que devem chegar ao Brasil até domingo para participar do programa Mais Médicos, um dos mais experientes é o clínico geral Miguel Alpuin, português que virá trabalhar em Gaspar.

– Com a minha idade, em Portugal já não se pode trabalhar, e este programa é muito interessante, eu não quero parar. Não me sinto com 70 anos. Eu gosto muito de atender doentes – declarou Alpuin em entrevista à Agência Brasil ao chegar ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, sexta-feira.

O clínico, que está aposentado há seis anos, diz que escolheu atuar em Santa Catarina por causa do clima temperado da região Sul, diferente do calor mais intenso e constante sentido no restante do Brasil.

Para atuar no Mais Médicos, Alpuin vai receber uma bolsa mensal de R$ 10 mil e participará do curso de preparação com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa. Após a aprovação nesta etapa, os médicos estrangeiros ou com formação no Exterior irão para os municípios escolhidos.

O curso vai ter carga de 120 horas com aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. Também serão feitas visitas técnicas aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico estrangeiro do ambiente de trabalho.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12929.
Editoria: Geral.
Página: 13.