Qualquer segmento florestal da Mata Atlântica é rico em diversidade. Essa riqueza ainda é subestimada perto da quantidade de seres que vivem, pois no Estudo de Impacto Ambiental da BR-470 não se fez todo o levantamento, apenas uma parte. O cuidado que o Ibama está tendo no licenciamento é pertinente, apesar de ter ou não demora, é preciso um estudo cauteloso para se fazer o ajuste de quais são medidas compensatórias como o que pode se fazer com essa biodiversidade desse local.
Entendo que em todas as medidas que levem à supressão de vegetação seja necessária uma atenção grande, não somente às espécies comuns, mas também às que são raras ou ameaçadas de extinção. É relevante o interesse público desta obra. Mas é preciso que haja medidas de minimização de impactos, de retiradas de espécies para levar a outros locais.
Outro aspecto importante é lembrar que as rodovias precisam ter passa-faunas para evitar a excessiva mortalidade de animais, e que tem impacto grande quando os fragmentos de mata são pequenos e o animal busca o outro resquício para sobreviver. O número de fauna atropelada no Brasil hoje é de 14 milhões indivíduos por ano. Significativo, reduz a população que vive em pequenos fragmentos.
LÚCIA SEVEGNANI, PRESIDENTE DA ACAPRENA
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12946.
Editoria: Geral.
Página: 18.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).
