Projeto de usina de biogás, necessidade do Médio Vale do Itajaí, é pioneiro no país

Prefeitos do Médio Vale do Itajaí voltaram confiantes de Brasília após visitarem quatro ministérios para apresentar o projeto de instalação de usina de biogás na região. A comitiva, composta por prefeitos e técnicos da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) e Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi), esteve na capital federal, nos dias 15 e 16 de outubro, para apresentar iniciativas voltadas ao gerenciamento de resíduos sólidos e aproveitamento energético.

"É um projeto audacioso que levou em consideração as peculiaridades locais, foi embasado em estudos técnicos e nas tecnologias de ponta. As apresentações feitas aos ministérios revelou o quão a região está avançada em relação às outras do país", ressalta o presidente da Ammvi, Laércio Schuster Junior, prefeito de Timbó.

Na ocasião, o secretário nacional de saneamento ambiental do ministério das Cidades, Osvaldo Garcia, afirmou que não tem conhecimento de projeto na área de tratamento de resíduos sólidos com a dimensão deste, uma vez que o projeto possui valor agregado pelo envolvimento de 14 municípios, qualidade dos processos e tecnologia empregada.

Já a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considerou o projeto dotado de grande viabilidade para o desenvolvimento econômico da região, podendo destacar-se como polo de referência não apenas regional, mas como modelo para o Brasil. A ministra sugeriu financiamentos com bancos alemães ou suecos, países que tem colaborado tecnicamente com a iniciativa da Ammvi.

O presidente da entidade explicou que o projeto da usina de biogás é uma das necessidades do Médio Vale do Itajaí, tanto pela disposição dos municípios em cumprir a legislação federal, quanto para aprimorar o gerenciamento de resíduos com foco na diminuição do impacto ambiental. Conforme o prefeito, a iniciativa foi elogiada também pelos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e pela Secretaria de Relações Institucionais.

Embora ainda os ministérios visitados não tenham sinalizado apoio financeiro, o presidente da Ammvi e prefeito de Timbó, Laércio Schuster Junior, relata estar otimista, pois segundo as conversas com secretários e ministros, a região do Médio Vale está na vanguarda nos estudos de produção de energia limpa através do tratamento do lixo.

Segundo o secretário executivo da Ammvi, José Rafael Corrêa, a Ammvi foi convidada para apresentar o trabalho de gerenciamento de resíduos e aproveitamento energético durante a programação da Conferência Nacional do Meio Ambiente, na próxima semana, cujo tema é resíduos sólidos. Na ocasião vai expor o trabalho que aqui está sendo feito para os demais estados brasileiros.

Para o presidente da Ammvi esta primeira conversa com alguns ministérios foi importante para abrir caminhos e apresentar os avanços da região. "Temos o projeto executivo finalizado e pronto para implementação, por isso vamos continuar na busca por parcerias tecnológicas e apoio financeiro do governo federal. Como resultado da visita técnica, temos a certeza de que estamos no caminho certo", conclui Schuster Junior.

Fizeram parte da comitiva os prefeitos de Benedito Novo, Osnir Floriani; Brusque, Paulo Eccel; Doutor Pedrinho, Hartwig Persuhn; e Timbó, Laércio Schuster Junior, além de técnicos da Ammvi e Cimvi.

O projeto]

O projeto de Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos do Médio Vale prevê a instalação de uma usina de biogás na região com área construída de aproximadamente 10 mil metros quadrados e processamento anual de 135 mil toneladas de lixo.

Assessora de saneamento da Ammvi, Fabiana de Carvalho Rosa, explica que a usina possibilita o aproveitamento energético através da produção de gás natural, energia térmica e elétrica. Neste caso, "considerando a operação dos quatro biodigestores a uma capacidade máxima, pode-se gerar energia elétrica suficiente para 40 mil lâmpadas ou para 16 mil pessoas", explica Fabiana.

A Ammvi prevê que, para a implantação do projeto completo da usina de biogás, será necessário cerca de 60 milhões de reais e, para isso, está buscando apoio financeiro do governo federal.

Site: Adjori (Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina).