PORTO ALEGRE – Em discurso para prefeitos, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, criticou o Congresso por gerar gastos aos municípios sem estabelecer a origem das receitas e chamou de talagada o reajuste no piso nacional do magistério previsto para o início do próximo ano.
Ideli participou ontem, em Porto Alegre, de um encontro de prefeituras do Rio Grande do Sul com representantes do governo federal e respondeu a apelos sobre o aumento de repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
A ministra afirmou que a presidente Dilma Rousseff está sensibilizada com o assunto, mas disse que precisaria fazer alertas sobre outras questões. Uma delas foi o piso nacional dos professores, que atualmente obriga estados e municípios a pagar uma remuneração mínima de R$ 1.567.
– Se não houver um acompanhamento entre o que as prefeituras e os estados têm capacidade de pagar e a justa reivindicação dos professores, não tem como manter. Você (prefeito) reivindica 2% mais de FPM e toma uma talagada de 19% de reajuste de uma categoria.
Ideli, que é professora e começou a vida pública no sindicalismo, afirmou que fazia a declaração da profissão com dor. Foi aplaudida pelos prefeitos. Estados criticam o índice de reajuste do piso atrelado ao volume de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e pedem que o valor seja corrigido apenas com a inflação.
Ideli criticou ainda a proposta em tramitação no Congresso de criação de um salário nacional para agentes comunitários de saúde.
– É de novo um aumento sem discutir com quem vai pagar.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12988.
Editoria: Política.
Página: 4.