SÃO PAULO – O Ministério da Educação (MEC) lançou ontem um programa de bolsas de formação para professores do ensino médio com o objetivo de melhorar essa fase do educação. Seguindo o modelo do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), o projeto vai dar bolsas também aos orientadores das escolas, coordenadores regionais e das secretarias de Educação e docentes das universidades responsáveis pela formação de profissionais. Também haverá desenvolvimento de material específico.
O projeto é uma ação do MEC com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que discutem a reforma da etapa desde o ano passado. Hoje, 86% da oferta de ensino médio cabe às redes estaduais. A pasta já anunciou criação de 30 mil bolsas para alunos do ensino médio que queiram ser professores de matemática, física, química e biologia. O MEC e o Consed também articulam a mudança da base curricular para áreas (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas), como é o Enem.
Os detalhes sobre o número de bolsas e orçamento serão apresentados em Brasília. No Pnaic, cuja meta é alfabetizar as crianças até os oito anos, a previsão é gastar R$ 2,7 bilhões até o ano que vem. Professores alfabetizadores recebem bolsas de R$ 200, mas os pagamentos aumentam dependendo da função. O País tem 8 milhões de alunos na fase de alfabetização. No ensino médio, são cerca de 5,5 milhões matrículas – o que representa 52% dos jovens entre 15 e 17 anos. Outros 25% nessa faixa etária estão atrasados e mais de 1,5 milhão de adolescentes estão fora da escola. Além disso, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio estagnou em 2011 – nos anos iniciais, o indicador mostrou crescimento.
Para a diretora da ONG Todos Pela Educação, Priscila Cruz, a formação é necessária, mas uma reforma é essencial.
– O modelo de 13 disciplinas, igual para todos, está comprovadamente equivocado. Não responde ao mundo atual e ao jovem – diz.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13004.
Editoria: Geral.
Página: 21.