Cheias e educação dominam discurso

ITAJAÍ – A visita da presidente Dilma Rousseff ao Vale do Itajaí foi rápida. Em menos de duas horas a presidente falou de educação e prevenção de desastres naturais e seguiu para a Capital. Durante a passagem, Dilma que estava acompanhada por ministros, senadores, deputados federais e estaduais e outras autoridades se manteve distante da imprensa e não mencionou a obra da BR-470 ou qualquer outro trabalho em rodovias, apesar de ter dito que a duplicação da BR-470 é uma questão de honra em visita a Blumenau em 2011. A obra está parada há quatro meses.

A presidente acompanhou, na Univali, a assinatura das ordens de serviço da sobrelevação das barragens Oeste, em Taió, e Sul, em Ituporanga, que juntas somam R$ 39,7 milhões. O governador Raimundo Colombo, o ministro interino da Integração Nacional, Francisco Teixeira, e um representante da empresa Salver, responsável pelas duas obras, firmaram o contrato.

Teixeira destacou o trabalho do governo federal para reduzir os impactos causados por fenômenos climáticos extremos, como as enchentes que atingem o Sul e a seca que assola o Nordeste do país. O governador de Santa Catarina lembrou da primeira vez que falou com a presidente sobre os problemas causados pelas chuvas – no Natal de 2011 – e da pronta resposta que recebeu de Dilma para viabilizar as obras de contenção de cheias.

– Os impactos das chuvas serão menores. Itajaí vai ficar mais protegida depois de construídas as comportas de Botuverá. É um investimento grande e não teríamos condições de fazer sem o apoio o governo federal – ressaltou.

Dilma falou que as cenas das tragédias que já destruíram várias cidades de Santa Catarina estão marcadas em sua memória, como a de um morro que deslizou em 2008. Ela lembrou de quando conversou com Colombo pela primeira vez sobre os projetos de prevenção de enchentes:

– Quando liguei para o governador Colombo nasceu uma grande parceria. Ele veio com todos os projetos da Jica (Agência Japonesa de Cooperação Internacional), nós amadurecemos a discussão e acho que chegamos ao caminho de soluções estruturantes da questão das enchentes e dessa verdadeira queda de montanhas que também ocorre em alguns momentos aqui no Sul.

A ampliação das duas barragens no Alto Vale vai permitir que sejam contidos até 209 milhões de metros cúbicos depois que as obras forem concluídas – hoje elas suportam até 176,5 milhões de metros cúbicos. As obras já podem começar e o secretário de Estado de Defesa Civil Milton Hobus informou que há movimentação de trabalhadores nos canteiros de obras. O investimento será de R$ 20 milhões na barragem de Ituporanga e R$ 17,7 milhões na de Taió, além dos R$ 2 milhões utilizados para os projetos. A previsão para conclusão das obras é abril de 2015.

A presidente Dilma Rousseff também recebeu das mãos do reitor da Univali e presidente da Associação Catarinense das Fundações Educacionais, Mário Cesar dos Santos, uma homenagem pela sanção feita neste mês da lei que regulamenta as universidades comunitárias. Santos agradeceu o empenho de deputados e senadores na aprovação da Lei das Comunitárias e ressaltou que a nova regulamentação vai garantir de fato os direitos das instituições:

– Essa lei consagra o nosso desejo de muitos anos de sermos o que somos: instituições voltadas à comunidade. É mais um passo à frente no desenvolvimento da educação.

Dilma disse que se emocionou muito, agradeceu a homenagem e ressaltou que as universidades comunitárias têm características que o governo federal busca para o desenvolvimento educacional do país: interiorização, pertencimento à comunidade e dedicação.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13010.
Editoria: Política.
Página: 4.
Jornalista: Aline Camargo (aline.camargo@santa.com.br).