BLUMENAU – Por cerca de 14 metros o acostamento da Rodovia Jorge Lacerda, a SC-412, desmorona. O asfalto cede no sentido litoral/Gaspar, na margem oposta ao pátio do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). O trecho danificado diante da propriedade do órgão que deveria cuidar da manutenção é uma amostra do impasse sobre a responsabilidade da rodovia que liga Gaspar à BR-101.
Além da cratera no acostamento, os 44 quilômetros da Jorge Lacerda entre Blumenau e Itajaí também são uma prova para quem pretende pegar a estrada rumo ao litoral. O Deinfra não calcula quanto o fluxo de veículos aumenta no verão, mas em média 12 mil veículos passam pela SC-412 diariamente. Pelo caminho, motoristas encaram séries de buracos, ilhas de segurança quebradas, faixas de pedestre apagadas, mato avançando no acostamento.
Em outubro deste ano, o governo estadual repassou verba para as Secretarias de Desenvolvimento Regionais (SDRs) de Itajaí e de Blumenau fazerem reparos em rodovias locais, incluindo a SC-412. A SDR de Blumenau recebeu R$ 203 mil para operações tapa-buraco e roçadas, segundo o gerente de infraestrutura Cleverton João Batista, que foram aplicados em consertos de quatro rodovias estaduais, além da Jorge Lacerda, até o final de novembro.
– Fizemos tapa-buraco e roçadas. Veio uma verba para atender as situações mais críticas, agora precisaríamos de mais recursos para continuar a manutenção. Solicitamos mais verba para mantermos a manutenção ao menos até o carnaval – argumenta Batista.
A SDR de Itajaí informou que recebeu R$ 148 mil para repavimentar e roçar três rodovias, incluindo a Jorge Lacerda. O trabalho foi concluído nesta semana. No entanto, quem passa pela Jorge Lacerda percebe poucas melhorias. O frentista Carlos Alberto Alves, 41 anos, percorre ao menos dois quilômetros no trajeto de ida e volta para o trabalho em Ilhota:
– Está muito feio este trecho, tem que ficar desviando dos buracos. Só fazem tapa-buraco, mas não resolvem!
Nos 13 anos em que trafega pela rodovia, a aposentada Alzira da Luz, 57, recorda que as condições da pista variam, mas os buracos são recorrentes no trajeto que costuma fazer de Ilhota a Itajaí. O Santa contou pelo menos cinco trechos com buracos ou remendos. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) comunica ao Deinfra defeitos como o acostamento afundado. No entanto, nos últimos meses o Deinfra passou a informar que pedidos de manutenção deveriam ser encaminhados às SDRs.
– Este afundamento no acostamento foi há três meses já. Uma hora ou outra pode cair e levar a rodovia junto – calcula o sargento da PMRv Luís Valmor Schenato.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13024.
Editoria: Geral.
Página: 10.
Jornalista: Sarita Gianesini (sarita.gianesini@santa.com.br).