Economia de Santa Catarina cresceu mais do que a do Brasil em 2013

A economia catarinense cresceu mais do que a brasileira em 2013. O Índice de Atividade Econômica Regional de Santa Catarina (IBCR-SC) subiu 4,1% no ano passado, enquanto a média do Brasil ficou em 2,52%. O levantamento integra o Índice do Banco Central (IBC-Br).

O indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) apurado pelo IBGE, que será divulgado na quinta-feira.

Conforme o BC informou para o Departamento de Economia da Federação das Indústrias (Fiesc), no ano passado SC cresceu mais na agricultura e pecuária. O levantamento inclui também indústria, comércio e serviços. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, observa que o dado do PIB deve variar – pode não ser 4,1%, mas o índice do BC mostra que o Estado terá resultado acima da média brasileira.

Em dezembro, frente ao mesmo mês de 2012, o IBCR-SC também cresceu 4,1%. Mas na comparação com o mês anterior, novembro, houve queda de 2%, refletindo a situação mais difícil da economia do país no segundo semestre do ano passado, quando o IBC-Br apontou recessão.Mesmo assim, o PIB do país deverá fechar em torno de 2,3%, conforme estimou o governo, bem mais do que o crescimento de 2012, que ficou em apenas 1%.

– A indústria catarinense teve resultado melhor em 2013. A produção cresceu 1,5% enquanto no ano anterior tínhamos caído 2,5%. As vendas e o nível de emprego também cresceram — comenta Côrte.

Conforme o empresário, o Estado tem um modelo econômico desconcentrado e diversificado, especialmente na indústria, que precisa ser preservado. Isso é importante porque quando alguns setores têm dificuldades, outros vão bem.

Agropecuária lidera alta

O Banco Central revelou que em Santa Catarina a agricultura e a pecuária lideraram o crescimento no ano passado. O preço favorável dos grãos, especialmente da soja, que ficou numa média de R$ 65 por saca, pesou nos resultados do setor, avalia o presidente da Organização das Cooperativas do Estado (Ocesc), Marcos Antonio Zordan.

De acordo com ele, o impacto da soja é grande porque há dois anos, em função dos preços cotados em dólar, o produto foi vendido entre R$ 60 e R$ 65 por saca. Antes, estava entre R$ 40 e R$ 45. A alta impulsionou diversos negócios no campo.

SC registrou ainda crescimento de 63% nas exportações de soja em 2013. Zordan observa ainda que os preços do milho, feijão, leite e suínos também tiveram aumentos expressivos e remuneraram bem os produtores.

A fruticultura é outro setor que colabora, inclusive na geração de empregos. Em janeiro, por exemplo, só Fraiburgo abriu mais de 2 mil vagas para a colheita da maçã.

O  comércio, que nos anos anteriores puxava o PIB catarinense, no ano passado teve expansão mais tímida. Segundo o IBGE, as vendas do varejo em 2013 cresceram 2,6% contra alta de 7,43% no ano anterior. Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-SC), Sergio Medeiros, 2013 começou bem, com crescimento de vendas da ordem de 4% frente ao ano anterior, mas depois perdeu fôlego. O principal problema, na avaliação do empresário, foi a alta da inflação que passou a tirar, gradativamente, o poder de compra das famílias. Durante o ano passado, o setor gerou 15,3 mil novos empregos, 3,75% a mais do que em 2012, mas em janeiro deste ano registrou o maior recuo, com redução de 2.156 vagas.

– O ano de 2014 será parecido com 2013 ou até pior para o setor. Isto porque a Copa terá impacto negativo, com menos dias trabalhados, e a eleição reduz a atividade econômica – avalia.

Site: Diário Catarinense.
Editoria: Economia.
Jornalista: Estela Benetti (ebenetti@diario.com.br).