Muito interessante a reportagem publicada há alguns dias pelo Jornal de Santa Catarina sobre o tratamento do lixo produzido em Blumenau e região. Parabéns a todos os envolvidos. É fundamental para a saúde do planeta que cada vez mais esta discussão esteja presente no cotidiano do cidadão, conscientizando e permitindo que tudo aquilo que não serve mais encontre um descarte menos agressivo ao meio ambiente ou que seja reaproveitado. Afinal, com o consumo em alta, cresce também a quantidade de embalagens e produtos depositados nas latas de lixo.
Conforme levantamento desenvolvido pelo grupo Abril em 2013, você, eu e cada um dos 201 milhões de brasileiros produzimos, em média, 383 quilos de lixo por ano. Assim, são mais de 70 milhões de toneladas de resíduos gerados. Boa parte deste material não encontra um destino adequado de reaproveitamento e segue diretamente para os lixões… Ou seja, a sociedade brasileira terá, ainda, um longo caminho para alterar a cultura do descarte daquilo que não serve mais.
E, as prefeituras, que possuem como meta o ano de 2014 para adequar as coletas dentro do que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, certamente devem receber um prazo adicional para os ajustes, devido ao grande desafio que enfrentam.
Não sou especialista no tema, mas sou capaz de entender o quanto é difícil "tratar" o lixo que produzimos. Por cultura nossa e, talvez, por abundancia de recursos ambientais, a preocupação com aquilo que é amarrado em sacolas plásticas e embarcado nos caminhões de coleta difere de outros países.
Por estas e outras que questiono a capacidade de transformar o nosso lixo em energia como defende a Ammvi. O país modelo para os técnicos da Associação é a Alemanha. Lá, porém, entre tantas diferenças na triagem de material, o lixo de banheiro não é descartado junto com o residencial. Um detalhe pequeno que representa muito no emprego da tecnologia.
TARCISO SOUZA|JORNALISTA
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13089.
Editoria: Opinião.
Página: 2.