Ferrovia do Frango: só sonho

Quando a Valec apresentou em 2013 o projeto da Ferrovia Litorânea na sede da Fiesc, os empresários não esconderam total ceticismo. Tem tantos obstáculos, túneis, elevados, desapropriações milionárias e problemas em reservas indígenas que os realistas perderam as esperanças. A rede ferroviária é considerada de fundamental importância para a ligação entre os portos catarinenses de Imbituba, Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e Itapoá. Por enquanto, só sonho.

O mesmo está acontecendo com a Ferrovia do Frango, de vital importância para a sobrevivência do agronegócio e de toda a economia do Oeste catarinense, que continuam penando com a superada BR-282 para escoamento da produção.

A última informação de Brasília sobre a Ferrovia do Frango não podia ser pior. O diretor de Planejamento da Valec, Sérgio de Assis Lobo, informou ao secretário Valdir Cobalchini (PMDB), que o início das obras da ferrovia vai levar, no mínimo, dois anos. Um ano para definição do traçado e mais de um ano para elaboração do projeto executivo.

O Tribunal de Contas da União exigiu um novo estudo técnico sobre o traçado ideal. As lideranças políticas e empresariais de Santa Catarina estão divididas em dois caminhos: pelo Vale do Itajaí em direção aos portos de Itajaí e Navegantes; e pelo Planalto Norte para atingir os portos de São Francisco do Sul e Itapoá.

A Valec já autorizou o estudo, mas a contratação vai demorar mais de 60 dias. Outra definição que pode retardar ainda mais: o governo decidiu que a construção da Ferrovia do Frango será por PPP (Parceria Público-Privada). Até agora não se conhece nenhuma obra de vulto com esta sistemática.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13078.
Editoria: Política.
Coluna: Moacir Pereira (moacir.pereira@gruporbs.com.br).
Página: 6.