BLUMENAU – Faltando pouco mais de um mês para o início da Copa do Mundo no Brasil, muita gente começa a se planejar para assistir aos jogos da Seleção Brasileira. Por isso, entidades e prefeituras já pensam em como adaptar os horários de atendimento para que ninguém perca nenhum lance.
A Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) discutiu a questão na assembleia realizada no início do mês. Não foi definida uma regra, mas um direcionamento para que as cidades façam adequações de acordo com as próprias necessidades. A principal orientação é para que o atendimento seja encerrado 30 minutos ou uma hora antes dos jogos, já que muitos ocorrem no final da tarde.
Algumas das principais cidades do Vale do Itajaí já publicaram decretos determinando como será o atendimento durante a Copa do Mundo. Blumenau decidiu liberar os funcionários uma hora antes dos jogos da Seleção. Em Brusque a dispensa será com 30 minutos de antecedência. Em Itajaí foi estabelecida a jornada especial quando o Brasil entrar em campo. A prefeitura de Rio do Sul optou por instituir um turno único de seis horas durante todo o Mundial. Em todas as cidades, porém, os serviços essenciais e de emergência funcionarão em regime de plantão.
No comércio a situação dos jogos da Copa já é prevista na convenção coletiva. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo Cesar Lopes, a indicação é para que os comerciantes antecipem o fechamento dos estabelecimentos.
– Isso é uma orientação principalmente para as lojas de rua. No caso de shoppings ou supermercados, que já trabalham com o horário estendido, o que os empresários podem fazer é instalar televisões para que todos possam acompanhar os jogos. Claro que cada estabelecimento deve fazer o que achar melhor – aponta.
Lopes observa que o comércio não prevê um grande impacto nas vendas com a redução dos horários, pois a tendência é de que o movimento já seja menor durante as partidas da Seleção.
Indústrias têm mais dificuldade em parar
Nas indústrias a situação é um pouco diferente, já que apesar de serem no final da tarde, os jogos acabam impactando na produção. Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Blumenau (Simmmeb), Hans Bethe, algumas empresas nem podem parar as atividades, por conta dos equipamentos.
De outro lado estão os empreendedores que optaram por dar férias coletivas no período da Copa, segundo Bethe:
– Nesta época é ruim de hospedagem, as passagens são caras, então muitos acabaram optando por isso. Mas cada empresa tem a sua política interna e deve fazer o que for melhor para ela.
Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex) e da Intersindical Patronal de Blumenau, afirma que as empresas devem ter bom senso. Ele sugere que as companhias maiores disponibilizem aparelhos de TV nas áreas fabris e que as menores dispensem os funcionários ou, pelo menos, reúnam os trabalhadores em alguns ambientes para que todos possam acompanhar os jogos.
– Tem que ser assim, como já foi feito em outros anos. E sempre tem aquele que não gosta de futebol e prefere ficar trabalhando, mas de fato a operação fabril se perde nessa hora – analisa.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 13137.
Editoria: Economia.
Página: 7.
Jornalista: Aline Camargo (aline.camargo@santa.com.br).