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Aberto registro do modo de fazer queijo kochkäse como bem imaterial

Foi entregue oficialmente na manhã de sexta-feira, 2 de maio, o processo de registro do modo de fazer queiko kochkäse como bem imaterial. A solenidade ocorreu no auditório da AMMVI e contou com a presença de agricultores e lideranças dos municípios engajados no projeto – Benedito Novo, Blumenau, Gaspar, Indaial, Pomerode e Timbó.

A documentação foi elaborada por meio de um trabalho conjunto entre a Universidade Regional de Blumenau (Furb) e a Epagri, com o apoio da Prefeitura de Blumenau, dentre outros órgãos. Em elaboração desde 2009, o Inventário Nacional de Referências Culturais, juntamente com um dossiê comprovando o envolvimento comunitário gerado pelo tema no Vale do Itajaí gerou 3 mil páginas de relatório, editadas em seis volumes, que serão analisados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Segundo a chefe da diretoria técnica do instituto em Santa Catarina, Regina Helena Santiago, o processo agora será analisado por uma câmara técnica que irá averiguar a pertinência do pedido. Serão avaliados critérios como a continuidade histórica e a significação da prática para a comunidade. “Se for necessário, pediremos outros documentos complementares, para que se possa analisar até que ponto o modo de fazer o queijo kochkäse é parte da identidade desses grupos e formador da cultura brasileira”, explica. De acordo com Regina, todo o processo pode levar de cinco a seis anos.

O evento contou com a participação de produtores do queijo, entre eles Reinwald Lickfeld, de Benedito Novo, que representou os demais durante a solenidade. “Estamos entusiasmados com esse projeto. Entre os jovens, muitos já não sabem mais o que é o kochkäse e esse apoio não vai deixar o queijo desaparecer”, declarou o agricultor em cuja família a prática perdura por pelo menos três gerações.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo, Móris Kohl, lembrou que Blumenau já reconheceu o kochkäse como patrimônio municipal. “Em 2015, a Câmara aprovou a lei 8.192, que reconhece a importância cultural dessa prática. E este ato de hoje potencializa a nossa cultura regional, pois a tradição do queijo não pertence a uma cidade só, pertence a todos os empreendedores rurais da nossa região”, frisou.

“Precisamos continuar com este trabalho para que o mode de saber fazer o queijo kochkäse seja reconhecido como patrimônio imaterial. Com isso, teremos a herança cultural de nossos imigrantes valorizada e conservação da memória de um povo que desenvolveu nossa região”, analisou o presidente da AMMVI e prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi.

Sobre o queijo kochkäse

O kochkäse é um queijo originário da Alemanha, trazido pelos imigrantes para a região do Vale do Itajaí. Tradicionalmente, é feito a partir do leite cru, coagulado naturalmente e em seguida prensado para retirar o soro. Estima-se que nos seis municípios abrangidos pelo processo de registro do Iphan, cerca de 100 famílias, entre produtores rurais de leite e feirantes, fabriquem o queijo dessa maneira.

Com a abertura do processo, o modo de fazer do queijo kochkäse poderá ser reconhecido como patrimônio cultural imaterial, o que o tornará uma iguaria relevante e transformará o hábito alimentar em característica cultural destas cidades.

Com informações da Secretaria de Comunicação Social de Blumenau.