Foram oito dias de uma missão árdua e desgastante. O bombeiro lotado no Pelotão de Gaspar, Fabiano Jovinski, foi um dos dez bombeiros militares a integrar a primeira Força Tarefa do Estado de Santa Catarina para Brumadinho, Minas Gerais após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério.
Muitos foram os desafios enfrentados: desde a lama que chegava até os joelhos, grande dificuldade de escavações por conta de riscos de desabamentos, sol forte e calor intenso. Durante a missão, Fabiano relata que foram resgatados oito corpos, com ajuda de cães e equipamentos manuais como pás, enxadas.
O Sargento com 23 de anos de carreira relata sua chegada ao local. “Saímos de Blumenau no dia 29 de janeiro. Foram mais de 24h de viagem até chegarmos na cidade atingida. Nossa área de busca ficava na chamada “zona quente”, que é a região mais atingida, com cerca de cinco quilômetros de abrangência. A primeira imagem impacta, foi devastador.”
A rotina seguida pelos militares em resgate era muita organizada. As buscas iniciavam cedo e no fim da tarde, os bombeiros e os cães retornavam ao posto de comando para cuidar da saúde, alimentação e ter o merecido descanso.
Mesmo em meio à consternação, era do apoio da população que a motivação diária para buscas chegava. No fim de um dia de buscas, o bombeiro encontrou no vidro da viatura um bilhete: “Obrigado por não desistirem. Parabéns pela profissão. Com carinho, população de Brumadinho”. Fabiano conta que mesmo que a tristeza de quem perdeu seus entes queridos tomasse conta do local, viu também muita solidariedade. “Voluntários chegavam de todo o canto do Brasil para auxiliarem nas mais diversas atividades, desde cozinhar até ser um ombro amigo e oferecer uma palavra de apoio em meio ao luto” explica.
“Foi a primeira vez que participei de um regaste dessa magnitude. É uma experiência única, inesquecível. Isso agrega na carreira e também na vida pessoal. Sei que dei o melhor de mim, voltei pra casa com a sensação de dever cumprido” finaliza.
O rompimento da barragem
O dia 25 de janeiro ficará marcado na história de Brumadinho em Minas Gerais. Pouco após ao meio-dia, a barragem de rejeitos de minério da empresa Vale, rompeu. Três minutos foram suficientes para formar um “tsunami” de lama que engoliu o setor administrativo, refeitório, máquinas da mineradora, uma ponte ferroviária, trem, estradas, uma pousada e casas na região. Até esta quinta-feira, dia 14, foram registradas mais de 166 mortes, sendo que 160 corpos já foram identificados. Ainda há pelo menos 155 pessoas desaparecidas.
Assessoria de imprensa da prefeitura de Gaspar.