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Em posse da Amve, prefeito de Ascurra desabafa sobre a falta de recursos para atender demandas causadas pelas enxurradas

Vários municípios catarinenses têm sofrido nas últimas semanas com as fortes chuvas que atingem nosso estado. Altos volumes de precipitação são registrados em curtos períodos de tempo, deixando ruas, casas, comércios e indústrias alagadas. Nestes casos, o primeiro pedido de socorro da população é para as Prefeituras ou, no caso, para os Prefeitos, que precisam se desdobrar para tirar uma fatia do já comprometido orçamento municipal.

Esta situação causou o desabado do Prefeito de Ascurra e presidente da Associação de Município do Vale Europeu no ano de 2022, Arão Josino. Durante a cerimônia de passagem do cargo de presidente da Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve, realizada dia 2 de fevereiro, Arão falou sobre as dificuldades que sua cidade encontra após os estragos da enxurrada do dia 17 de janeiro, ainda sem nenhum apoio financeiro do estado ou da união.

“Quando acontece uma catástrofe como essa, os municípios precisam de recursos para promover uma resposta imediata. São muitos pontos que precisam ser atendidos de forma urgente, como máquinas para limpeza de córregos e retiradas de barreiras, manutenção de tubulações e bocas de lobo, limpeza da cidade com máquinas e caminhões pipa, compra de kit emergencial de alimentos e produtos de limpeza para a população, entre outros”, destacou o Prefeito.

Arão ainda analisou que a demora dos trâmites burocráticos do estado e da união, para a homologação e o reconhecimento do estado de emergência, respectivamente, como o principal desafio dos municípios para a busca de recursos. “Com os dados dos atingidos e dos danos causados pela enxurrada, temos que cadastrar isso em um sistema, e aguardar o retorno do governo estadual e federal. Esse trâmite demora muito e nossos munícipes não podem esperar esse tempo. Por isso, acabamos tendo que retirar recursos do já apertado caixa municipal para atender essa demanda, tendo que adiar ou até cancelar outras políticas públicas planejadas para atender essa situação emergencial. Precisamos de um aporte financeiro mais instantâneo por parte do governo estadual e federal”, concluiu.

O município de Ascurra foi um dos mais atingidos pelo evento climático do dia 17 de janeiro. A cidade teve registros superiores a 200mm de chuva em pouco mais de duas horas. Diversas ruas foram inundadas, com a enxurrada invadindo casas, comércios e indústrias. Segundo os cadastros do CRAS do município, foram contabilizadas mais de 250 pessoas desalojadas e mais de 4500 habitantes impactados direta ou indiretamente pelo evento climático. Foram 62 ruas que registraram alagamentos, e mais de 100 pontos de deslizamentos de terra.

A região do Vale Europeu, muito atingida pelas enxurradas neste verão, principalmente nas cidades de Benedito Novo em Dezembro e Ascurra e Rodeio em janeiro, se destaca na questão de auxílio entre os municípios. Através da AMVE, foi criada a lei de ajuda mútua, onde os municípios podem ceder maquinário e mão de obra para outra cidade em casos de extrema necessidade, como na situação de enxurrada. Esta opção foi fundamental para as cidades conseguirem atender as demandas causadas pelas chuvas com mais agilidade.

Fonte: Prefeitura de Ascurra.