Comitê encaminha documento contra projeto

BLUMENAU – O Comitê Pró-Federalização da Furb decidiu sexta-feira externar o descontentamento com a proposta de implantação de um campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), protocolada no Ministério da Educação (MEC) em dezembro. Quarenta pessoas, entre professores, alunos, servidores e comunidade, participaram da primeira reunião do grupo em 2012. A reclamação é que na proposta acadêmica não existem cláusulas claras e específicas sobre a cedência dos alunos, professores e servidores e da incorporação do patrimônio da Furb pela UFSC. O projeto prevê a abertura de 6,3 mil vagas de ensino superior até 2020. A oferta inicial é de 10 cursos e incorporação gradativa a partir do segundo semestre deste ano.

Diante do descontentamento, o comitê vai encaminhar um documento manifestando contrariedade à proposta atual ao MEC, Secretaria Estadual de Educação, Prefeitura e Câmara de Vereadores de Blumenau, reitoria e conselho universitário da UFSC e da Furb.

– O que nós queremos é a instalação de uma universidade federal em Blumenau a partir dos estudantes, servidores e patrimônio da Furb. Vamos tentar somar esforços de todas as instâncias para conseguir apoio à implementação do nosso projeto- explica o coordenador do Comitê, Clóvis Reis.

No encontro, o ex-reitor da Furb Egon Schramm disse que tem dificuldade de analisar o futuro da universidade com o projeto de federalização que tramita no MEC:

– Frustração foi o que eu senti quando vi a proposta entregue ao governo federal.

Para o professor do curso de Direito e ex-pró-reitor Roberto Diniz Saut faltou transparência e legitimidade na discussão da proposta. Ele defende amplo debate entre o colegiado da universidade federal e da Furb sobre a incorporação.

Outra ação do comitê será cobrar da reitoria da Furb a contratação de uma equipe de advogados para analisar o processo de federalização, principalmente a questão da cedência dos funcionários e incorporação do patrimônio. Ainda no primeiro semestre será feita uma audiência pública para debater o processo de federalização.

O reitor da Furb, João Natel, diz que a proposta encaminhada ao MEC é um projeto inicial e acadêmico. Um grupo técnico trabalha na análise de questões administrativas, como a cedência dos alunos. Segundo ele, os cursos foram elencados para dar início ao processo, mas alterações ainda podem ser feitas.

– O que a sociedade e a comunidade acadêmica precisam entender é que este não é um processo fácil, ninguém está desmerecendo a Furb. Entendemos que a UFSC é uma parceria valiosa e o MEC vai dar atenção especial ajudando a discutir as questões envolvendo patrimônio, alunos e servidores. Temos que ter paciência – afirmou. 

Data: 3 de março de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12468
Editoria: Política
Página: 8
Jornalista: Raquel Vieira

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