ITAJAÍ – Empresários, sindicalistas e representantes de quatro dos cinco portos catarinenses reuniram-se na manhã de sexta-feira com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Paulo Bornhausen (PSD), para definir ações que serão sugeridas ao governo do Estado para reduzir o impacto da Resolução 72, que unifica em 4% a alíquota de importação nos portos brasileiros. Itajaí vai propor abrir mão de parte da arrecadação do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para evitar crise no mercado de importações. O governador Raimundo Colombo (PSD) vai se reunir com os prefeitos dia 9 de maio para tratar do assunto. Hoje, o montante arrecadado pelo município, somente em importações, chega a R$ 2 milhões ao mês – entre serviços de transporte, logística, aduaneiros e portuários. O valor corresponde a 40% de tudo o que é recolhido através do imposto. A proposta do prefeito Jandir Bellini (PP) é reduzir a alíquota de 3% para 2%, nos processos de importação. Com isto, o município deixará de arrecadar cerca de R$ 500 mil ao mês. Ainda assim, o prejuízo será menor do que o estimado caso a previsão de debandada das empresas de importação se confirme. – O que estamos tentando fazer é diminuir as perdas – diz Bellini. A proposta depende da execução e aprovação de um projeto de lei municipal. Medidas de emergência também poderão ser adotadas em outros portos catarinenses e pelo governo do Estado. Na reunião, que também contou com participantes dos portos de São Francisco do Sul, Itapoá e Navegantes, definiu-se que uma comissão pesquisará, nos próximos dias, qual o custo real de importação pelo Porto de Santos, que deverá ser o maior beneficiado pela Resolução 72. A pesquisa incluirá valores de transporte rodoviário, custos de logística e despachantes. A intenção é determinar o quanto é possível reduzir em custos, no Estado, para tornar o mercado mais competitivo. A Resolução 72 define em 4% a alíquota única de importação nos portos brasileiros. A taxa já é aplicada em Santa Catarina desde 2007, quando foi aprovado o programa Pro-Emprego. Até então, a taxa, na maior parte do país era de 12% – o que deixava o Estado em vantagem. O temor é que, com a resolução, as empresas que atuam com importação prefiram se mudar para mais perto dos centros consumidores. A PROPOSTA |
– A taxa do ISS em Itajaí pode ser reduzida de 3% para 2% para importações |
– R$ 2 milhões ao mês é quanto a cidade arrecada com as importações |
– Com a mudança, a arrecadação deverá ser de R$ 500 mil a menos |
– Com valores mais baixos, a importação através do Porto de Itajaí ficaria mais atrativa |
Data: 28 de abril de 2012
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12516
Editoria: Política
Página: 8
Jornalista: Dagmara Spautz