FLORIANÓPOLIS – As 72 vidas perdidas em razão da gripe A este ano mostram que Santa Catarina tem muito a avançar em prevenção e isolamento do vírus. Depois de dois anos em que o H1N1 parecia que iria dar uma trégua, o Estado convive mais uma vez com o problema. O drama renasce e termina a cada começo e fim de inverno.
Desde o começo do ano, 741 casos foram confirmados laboratorialmente para o H1N1, o vírus da gripe A. Blumenau desponta com 57 casos, o maior no ranking estadual. A Vigilância Epidemiológica afirma que a curva da circulação do vírus está descendente e a quantidade de casos tende a cair nas próximas semanas.
Os dados da Vigilância revelam que, das mortes, 51,4% são do sexo masculino e 48,6% do sexo feminino. A média de idade é de 48 anos. As faixas etárias com maior número de mortes foram de 40 a 49 anos (29,2%) e 50 a 59 anos (31,9%).
Maioria dos pacientes apresentava fator de risco ou eram doente
Na avaliação das mortes em conjunto com o Ministério da Saúde ficou apurado que 85% dos pacientes apresentavam fator de risco ou eram portadores de doenças crônicas, principalmente obesidade e tabagismo.
As últimas 10 pessoas que morreram moravam em São Bento do Sul (mulher de 82 anos), Cunha Porã (homem de 67 anos), Lages (homens de 39 anos e 31 anos), Videira (homem de 88 anos), São José (mulher de 58 anos), Fraiburgo (mulher de 58 anos), Orleans (homem de 38 anos), Indaial (mulher de 59 anos), Forquilhinha (mulher de 27 anos).
Na avaliação do médico epidemiólogo Lúcio José Botelho, Santa Catarina precisa de medidas mais intensificadas para o problema.
– As gripes nunca preocuparam tanto porque as pessoas não morriam. Penso que vacinar em massa, aumentar os isolamentos são coisas que ainda não se faz muito bem. O ideal é não buscar culpado e sim buscar solução – assinala Botelho.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12595.
Editoria: Geral.
Página: 11.