Congelada pelo governo federal nos últimos 13 anos, a tabela do SUS é uma das principais causas da grave situação da rede hospitalar de Santa Catarina.
A conclusão está nos estudos realizados pelo grupo gestor do governo estadual e nas análises feitas por consultorias. O primeiro dado é impactante. Entre 2000 e 2010, o IGP-M teve um aumento de 230% e o salário mínimo foi reajustado em 338%. A tabela do SUS permaneceu com os mesmos valores.
Outra constatação: o Tesouro está custeando o atendimento dos pacientes do SUS nos hospitais públicos estaduais. Em 2011, por exemplo, o governo catarinense teve que investir R$ 441 milhões para garantir o funcionamento de sua rede. As despesas com os hospitais atingiram R$ 579 milhões para uma receita de apenas R$ 138 milhões. Problema provocado pela proibição de internação de pacientes privados, de planos de saúde e de outras fontes. Eles só podem atender pacientes do SUS.
No ano passado, a participação financeira do Estado pulou para R$ 591 milhões. Os hospitais tiveram despesas elevadas para R$ 725 milhões para uma arrecadação total de R$ 134 milhões. Quer dizer: as despesas tiveram aumentos, enquanto as receitas dos hospitais baixaram. Fenômeno que vai se agravar ainda mais, se a tabela do SUS não for reajustada.
Outro escândalo: os estados são obrigados a aplicar 12% da receita na saúde. Os municípios 15%, também da arrecadação. O governo federal apenas 5% – e do PIB. No período de 2000 a 2012, o PIB cresceu 50% e o ICMS teve aumento de 500%.
Também por isso, 15 hospitais filantrópicos poderão ser fechados em Santa Catarina nos próximos meses. A cabeça da serpente está em Brasília.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12826.
Editoria: Política.
Coluna: Moacir Pereira (moacir.pereira@gruporbs.com.br) com Upiara Boschi (upiara.boschi@gruporbs.com.br).
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