As margens da BR-470, de Navegantes a Indaial, estão cercadas por pequenos fragmentos de Mata Atlântica ricos em biodiversidade, que já abrigaram árvores de mais de 30 metros. Pesquisadores indicam trechos entre Ilhota e Navegantes, limite de Gaspar e Blumenau e limite de Indaial e Rodeio como importantes remanescentes. Para o Dnit receber a licença do Ibama que permitiu o início da obra, foi necessário entregar o Estudo de Impacto Ambiental. O estudo detalhado foi elaborado entre 2009 e 2011. Biólogos, engenheiros sanitaristas, ambientais e florestais foram a campo, de Navegantes a Indaial, para detectar espécies que vivem num raio de 2,5 quilômetros do eixo da rodovia e apresentar sugestões para reduzir o impacto sobre o habitat dos animais.
Doutor em Biologia Animal e professor da Furb, Sérgio Althoff estudou o comportamento dos mamíferos e percebeu que a maioria das 80 espécies silvestres vive onde não há habitações próximo à rodovia. No levantamento de aves, mais de 230 espécies foram catalogadas.
A duplicação será aplicada principalmente em áreas degradadas e por isso não deve haver importantes modificações ambientais. Mas o aumento do tráfego e da velocidade deve contribuir para o aumento de atropelamentos de animais. Segundo superintendente do Dnit, Elifas Marques quase todos os dias ocorrem acidentes. Durante o estudo, foram encontrados atropelados 78 mamíferos, 11 anfíbios e oito aves. Para amenizar o risco, pesquisadores sugeriram a instalação de passa-fauna – viadutos para permitir a travessia dos animais sob a estrada – e canteiros no lugar das muretas divisórias. Os canteiros serão adotados, mas passa-faunas não estão previstos.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12946.
Editoria: Geral.
Página: 18.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).