Passados 60 dias da assinatura da ordem de serviço que oficializou o início da duplicação da BR-470, ainda se avista pouca movimentação nas margens da rodovia que vão se transformar em novas pistas entre Gaspar e Indaial. Ontem, uma equipe de topografia trabalhava no Km 49, no Lote 3, e duas máquinas aguardavam paradas, segundo o supervisor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Rio do Sul, Elifas Levi Nolasco Marques, responsável pelo trecho. De acordo com a assessoria de comunicação do Dnit em Santa Catarina, atualmente 35 profissionais trabalham na fase inicial de duplicação dos lotes 3 e 4 da estrada federal. Além da topografia – realizada a cada 20 metros dos 28,3 quilômetros de obras – os trabalhadores atuam em áreas como engenharia, operação de maquinário e levantamento de redes de água, energia, telefonia e gás próximos à pista. Por enquanto, o número de operários atinge os 11,7% do total anunciado pelo diretor da empresa que realiza a obra, a Sulcatarinense, José Carlos Portella Nunes. No dia da assinatura, Nunes anunciou que 300 homens trabalharão nos dois lotes ao longo da duplicação. Máquinas chegaram às margens da BR-470 em agosto O trabalho da Sulcatarinense emperra em duas autorizações sem data exata para serem liberadas. Uma, é a licença para captura de animais silvestres, a ser emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A outra, é a aprovação de relatório para exploração de jazidas, que precisa ser autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A reportagem tentou contato com a empresa, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição. As marcações dos lotes ocorreram no mesmo dia em que a ordem de serviço foi assinada, mas as máquinas da Sulcatarinense só estacionaram ao lado da BR-470 no final de agosto. Os trabalhos começaram derrubando árvores no Bairro Belchior, em Gaspar. Antes da paralisação pela falta de licenças, as atividades se concentravam em dois trechos: do Km 44,7 ao Km 47,3 e do Km 48,1 ao Km 49,1, entre Gaspar e Blumenau. Já o edital que escolherá a empresa responsável pela gestão e programas ambientais de ambos os lotes permanece suspenso desde a semana passada. O prazo total para a conclusão da duplicação dos lotes é de três anos, 11 meses e 10 dias. Segundo o Dnit, não há atraso e a mobilização atual está incluída no período de execução do empreendimento. |
ENTENDA O CASO |
– 9 de junho de 2012: Durante inauguração de condomínios do programa Minha Casa Minha Vida, a presidente Dilma Rousseff se compromete a realizar a duplicação |
– 18 de julho de 2013: São assinadas as ordens de serviço para a duplicação dos Lotes 3 e 4. O primeiro, entre Blumenau e Gaspar e, o segundo, entre Gaspar e Rodeio. Segundo o documento, a obra deve ser concluída em junho de 2017 |
– 30 de agosto de 2013: As primeiras máquinas chegam às margens do Lote 3 e iniciam trabalho de corte de vegetação em Gaspar. A atividade é interrompida 11 dias depois, pela falta de uma licença ambiental. |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12950.
Editoria: Geral.
Página: 23.
Jornalista: Sarita Gianesini (sarita.gianesini@santa.com.br).