Duplicação, só nos bastidores

A duplicação da BR-470 já começou, mas por enquanto, segue só nos bastidores. Pelo menos três entraves burocráticos impedem máquinas nas pistas para início das obras. Neste domingo, completa um mês desde que o ministro dos Transportes César Borges e a empresa Sulcatarinense assinaram a ordem de serviço para os lotes 3 e 4, de Gaspar a Indaial. Desde então, a marcação das pistas e a topografia dos terrenos já foram executadas no lote 3 e estão em fase final no lote 4. Mas a empreiteira aguarda aprovação dos órgãos ambientais para instalar os canteiros de obras, cujos terrenos estão em negociação, e começar a exploração de jazidas.

Também é necessário o aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após análise de um arqueólogo, para garantir que nenhuma área de preservação histórica será afetada. O aval foi uma exigência feita pelo Ibama quando concedeu a licença de instalação em junho. Por último, o Iphan precisa conceder também parecer ao Ibama sobre as áreas de empréstimo – jazidas de areia, terra e pedras – e bota-foras locadas pela empresa para fornecer o material da obra. Superintendente do Departamento Nacional Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Rio do Sul, Elifas Marques garante que os processos estão correndo paralelamente. Até dia 28, o órgão terá uma definição dos prazos. Marques tem se reunido duas vezes por semana com os engenheiros da Sulcatarinense para traçar o cronograma de obras.

– De qualquer forma, isto já é a obra – reforça.

Até a primeira semana de setembro, a Sulcatarinense deve concluir também o cálculo do volume de jazidas a serem exploradas para fornecer o material. O Santa tentou contato sexta à tarde com o engenheiro responsável pela obra na sede da Sulcatarinense, em Biguaçu, e no escritório de Blumenau. Mas ele não retornou os telefonemas.

Outro entrave é a remoção dos serviços públicos, como tubulação de água, gás, telefonia e energia elétrica, às margens da rodovia. A SC Gás, responsável pelo fornecimento de gás natural, informa que serão gastos mais de R$ 20 milhões para readequar ou realocar a rede instalada às margens da rodovia, de Navegantes a Indaial, sem interromper o fornecimento. Mas sem orçamento, a empresa negocia um convênio com o governo federal.

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Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12922.
Editoria: Geral.
Página: 22.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).