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Reunião de apresentação do sistema de regionalização da saúde acontece entre prefeitos e Estado

Prefeitos da AMMVI e das Associações de Municípios do Alto Vale (Amavi) e da Foz do Rio Itajaí (Amfri) se reuniram, hoje (2), com técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), para conhecer o sistema de regionalização de saúde, anunciado pelo governador Carlos Moisés nos últimos dias.

O encontro virtual objetivou esclarecer e orientar sobre a ferramenta de gestão da matriz de riscos no território catarinense, que traz uma classificação por nível de risco e aponta prioridades de atuação nas medidas de combate ao novo coronavírus.

Segundo técnicos da SES, na regionalização de medidas, as decisões devem ser baseadas em parâmetros como número de casos e óbitos, taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de transmissibilidade, como também norteadas por critérios técnicos e científicos.

O presidente da AMMVI, Matias Kohler, prefeito de Guabiruba, explica que a ferramenta proposta pelo Estado, em princípio, não dava ampla autonomia de decisão aos prefeitos. Segundo ele, os gestores municipais precisam ter mais clareza para que a ferramenta efetivamente contribua com as decisões. “Precisamos construir um cenário por meio da unificação dos parâmetros e de critérios técnicos, de forma que estes reflitam a realidade regional e de cada município”, disse Kohler.

Na reunião, os prefeitos solicitaram também maior atenção nos dados divulgados pelo Estado, uma vez que há disparidade entre o número de casos publicados pela SES e o número real no município, o que causa preocupação e desconforto à população e ao gestor público. Além disso, os chefes do Executivo sugeriram que, os municípios ou associações microrregionais que tenham ferramenta de gestão e tomada de decisão, possam seguir os dados já disponibilizados por sistemas próprios.

“Entendemos o esforço do Governo do Estado e o trabalho feito para apoiar a tomada de decisão, porém a ferramenta precisa de ajustes e novos critérios deverão ser estabelecidos. O diálogo está sendo ampliado e estamos, junto com técnicos, detalhando a matriz de risco e propondo melhorias que sejam compartilhadas com os municípios”, analisa o presidente da AMMVI. Conforme ele, o olhar técnico e científico estará em primeiro lugar, sempre buscando o equilíbrio entre as atividades empresariais e a vida das pessoas.

Até sexta-feira (5), após o Vale do Itajaí, as reuniões acontecerão ainda nas regiões do Norte, Nordeste, Grande Florianópolis, Sul, Meio e Grande Oeste catarinense.

Ferramenta

A ferramenta de gestão regionalizada traz quatro dimensões para avaliação de risco potencial regionalizado: isolamento social; investigação, testagem e isolamento de casos; reorganização de fluxos assistenciais; e ampliação de leitos. Cada uma dessas dimensões possui indicador, medida, fonte e parâmetro; este pode ser em nível moderado, alto, grave e gravíssimo.

Para cada parâmetro, o Estado propõe medidas para a sociedade em geral, a gestão pública, o setor privado e a gestão da saúde. Além disso, a ferramenta considera a dinâmica da propagação do vírus, analisando a mobilidade natural das pessoas.

“É uma situação complexa e com muitas variáveis. Por isso, precisamos alinhar e padronizar os indicadores para ter um mapa do estado fidedigno e transparente à população e aos gestores públicos”, finaliza Kohler.

Michele Prada, Ascom AMMVI.