Vale pressiona por emendas cortadas

O Vale do Itajaí recebeu com revolta o corte das emendas do Orçamento da União para este ano. Entidades empresariais e políticos alegam que faltou pressão política e classificam a decisão como um descaso com o Estado, que sofreu com as fortes chuva de novembro do ano passado.

Ontem à tarde, o presidente da Associação dos Municípios da Região do Foz do Rio Itajaí (Amfri) e prefeito de Ilhota, Ademar Felisky (PMDB), encaminhou ofício de repúdio ao Fórum Parlamentar Catarinense. Amanhã, o presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale (Ammvi) e prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing, deve se manifestar de forma semelhante.

Felisky questiona os critérios usados pelo governo federal na adoção das medidas. O prefeito relembra que o Vale foi duramente atingido pelo desastre e critica o fato de R$ 120 milhões previstos na MP 448 para obras preventivas ainda não terem sido liberados.

O presidente da Associação Empresarial de Itajaí (Acci), Marco Aurélio Seara Júnior, citou a ponte entre Itajaí e Navegantes que, segundo ele, ficará inviável sem o dinheiro do governo federal. O prefeito de Gaspar, Celso Zuchi (PT), contornou a decisão da União e lembrou que as obras cortadas do orçamento, como o anel viário do município, não haviam começado. O Dnit diz o mesmo sobre o corte de verbas para a duplicação da BR-470 no Alto Vale.

– É lamentável que não tenhamos um plano de duplicação e de manutenção constantes. Esta ausência inibe novos investimentos – criticou o presidente da Associação Empresarial de Rio do Sul, André Odebrecht.

As obras do Vale

Anel Viário de Gaspar
Valor previsto: R$ 19,9 milhões
Quanto sobrou: R$ 5,1 milhões
Por que é importante: Fundamental para desafogar o trânsito do Médio Vale em direção ao Litoral.

Ponte Itajaí-Navegantes
Valor previsto: R$ 11 milhões
Quanto sobrou: R$ 2,8 milhões
Por que é importante: a ponte beneficiaria o turismo e facilitaria o deslocamento entre os dois municípios portuários.

Duplicação da BR-470 no Alto Vale
Valor previsto: R$ 17,3 milhões
Quanto sobrou: R$ 4,4 milhões
Por que é importante: o valor seria usado principalmente para a execução do projeto de adequação e duplicação da BR-470 até a Serra Catarinense

Apoio a obras preventivas de desastres
Valor previsto: R$ 50 milhões
Quanto sobrou: nada
Por que é importante: serviriam para obras de prevenção, especialmente na Foz do Rio Itajaí-Açu, e para compra de equipamentos e serviços.

Fonte: Jornal de Santa Catarina, edição 11716, de 27/08/09.