Convertido em instrumento de combate à crise econômica pelo governo Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) recebeu um reforço de R$ 142 bilhões.
Desse total, cerca de R$ 1,4 bilhão será injetado na duplicação da BR-470 no trecho entre Navegantes e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. A parcela catarinense dos investimentos federais não foi detalhada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O relatório de dois anos do PAC, no entanto, mostra que os recursos utilizados na rodovia virão da iniciativa privada. A BR-470 faz parte do terceiro lote de concessões que vai leiloar 3,6 mil quilômetros de estradas federais. A empresa vencedora será responsável pelos investimentos que serão deduzidos da tarifa por meio de um contrato de exploração ainda a ser definido. O PAC relacionado a Santa Catarina está em fase de revisão por conta da catástrofe provocada pela chuva no Estado.
– É o momento de ampliar os investimentos para impedir que os efeitos da crise econômica causem estragos no país – disse Dilma.
Desde que criou o PAC, em 2007, a ministra estima ter gasto R$ 200 bilhões na realização de obras em todo o país. O montante corresponde a dois quintos dos R$ 504 bilhões previstos para serem investidos até 2010. Atrasos nas liberações de licenças e problemas nas licitações atrasaram a execução do cronograma.
A ministra apresentou ainda uma projeção de investimentos do programa para depois de 2010. Segundo o governo, depois do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda serão gastos no PAC cerca de R$ 502 bilhões.
Ministra esquiva-se de uma pergunta sobre candidatura
Preferida do presidente Lula para concorrer à sucessão presidencial em 2010, Dilma foi questionada se gostaria de ser eleita presidente da República para continuar coordenando os investimentos do programa. A ministra preferiu esquivar-se.
– Desejo muito que o governo tenha um candidato, mas essa resposta vocês não tiram de mim nem amarrada – brincou a ministra.
O acréscimo de R$ 142 bilhões no PAC vai patrocinar em grande parte a exploração da camada pré-sal e novas obras de habitação e saneamento, que devem consumir cerca de R$ 86,2 bilhões. O governo monitora atualmente 2.398 obras e ações. Em dois anos, apenas 11% delas foram concluídas, representando um investimento de R$ 48,3 bilhões. Cerca de 80% das obras estão com andamento adequado.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8337.
Editoria: Economia.
Página: 16.
Jornalista: Robson Bonin (robson.bonin@gruporbs.com.br).