Os efeitos do programa Minha Casa, Minha Vida podem demorar muito mais do que o governo gostaria para serem sentidos. Para que a proposta se transforme em realidade, será necessário transpor uma série de entraves.
A construção de um milhão de moradias populares terá de superar resistências políticas e burocráticas, que passam pela parceria com governos estaduais e municipais, aprovação da regulação pelo Congresso, obtenção de licenças ambientais e liberação de financiamentos.
Desde que se começou a falar em um pacote de estímulo à habitação, a previsão era que fosse construído um milhão de moradias em dois anos. Agora, poucos acreditam que esse prazo possa ser cumprido, principalmente depois de o próprio presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ter declarado que não aceitará ser cobrado sobre prazos.
Se não houver agilidade para vencer os entraves, os efeitos dificilmente começarão a ser sentidos na economia ainda este ano. "Vai levar muito tempo para o programa ser implementado e, quando começar de fato, espera-se que o pior da crise já tenha passado", afirma o professor da UFRJ Armando Castelar.
Financiamento é outro ponto que terá de ser equacionado para não dificultar a implementação do projeto. O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Oliveira, lembra que os limites máximos de comprometimento da renda definidos no pacote vão demandar financiamentos imobiliários muito longos, e serão necessárias regras para os financiamentos.
Detalhes do Plano Nacional (ANEXO)
Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: Economia.
Página: 16.